O Sol sorria por entre a ternura dos dias abrilhantados pelas esplendorosas cores primaveris, onde a beleza da paisagem fazia esquecer todos os horrores que, a passos largos, iam esmagando a vida das pessoas, já bastante trémulas e titubeantes.
As incertezas do amanhã esmoreciam o alvorecer, enquanto o planeta continuava a rodar, na sua constante e inconfundível caminhada, disposto a acolher a firmeza de todos os passos mal andados… reanimados pela fortaleza de decisões firmes e inabaláveis que urgia implementar.
A Lua, atenta e vigilante, apercebera-se de todos os problemas da Humanidade e apressara-se a pedir ao Sol uma luz mais forte para lançar sobre a Terra. E foi assim que, com a noite mais iluminada, muitos homens tiveram que deixar de fazer as suas habituais traquinices – que ninguém via… mas toda a gente sentia profundamente nos corpos sofridos e cabeças desesperadas, com braços já sem forças e pernas sem ânimo para enfrentar novas aventuras.
Por escassos momentos… tudo pareceu inerte… um autêntico clima de morte desesperada e fria… o fim!
Inesperadamente, sentiu-se como que o ribombar de um trovão… e uma lufada de ar fresco e reconfortante pareceu encher o Universo e tornar mais vivo e charmoso o verde dos campos e o colorido das flores. Alguns animais, das mais variadas espécies, passeavam pelo vale, calmos e pachorrentos… sob o sobrevoar de bandos de inúmeros pássaros alegres e chilreantes.
Macambúzios e desconfiados… surgindo de todos os lados, foram aparecendo muitos homens e mulheres, bem vestidos/mal vestidos… nutridos/desnutridos… olhando para todos os lados, como que à espera que algo acontecesse. As crianças, descontraídas, saltitavam e brincavam com alegria, sem olhar a sexo, raça, condição ou cor.
Aos poucos… demoradamente… os homens e as mulheres, alternavam o olhar em redor com o olhar sobre si mesmas e o entreolharem-se entre si!... A perplexidade e amargura dos rostos, aos pouquinhos, ia-se tornando mais leve, enquanto os semblantes se iam enchendo de humildade, piedade, solidariedade… e se sentia que os corações começavam de bater mais compassada e ritmadamente, expressando gestos de ternura e carinho, de compreensão, de aceitação, de amor e de paz. Em voo rasante… um pequeno avião ia deixando cair brancas pétalas… de esperança.
Acordou-me… o despertador… e foi-me difícil perceber que toda aquela visão inesquecível, onde ninguém fez nada por ninguém mas todos (cada qual por si mesmo…) fizeram tanto... foi apenas um sonho!
Restou-me a confiança de que, se “o sonho comanda a vida”, é possível que cada pessoa se torne cada vez mais responsável por si mesma para bem de todas os outras.
Para todos, uma Páscoa muito Feliz!
Hermínia Nadais
As incertezas do amanhã esmoreciam o alvorecer, enquanto o planeta continuava a rodar, na sua constante e inconfundível caminhada, disposto a acolher a firmeza de todos os passos mal andados… reanimados pela fortaleza de decisões firmes e inabaláveis que urgia implementar.
A Lua, atenta e vigilante, apercebera-se de todos os problemas da Humanidade e apressara-se a pedir ao Sol uma luz mais forte para lançar sobre a Terra. E foi assim que, com a noite mais iluminada, muitos homens tiveram que deixar de fazer as suas habituais traquinices – que ninguém via… mas toda a gente sentia profundamente nos corpos sofridos e cabeças desesperadas, com braços já sem forças e pernas sem ânimo para enfrentar novas aventuras.
Por escassos momentos… tudo pareceu inerte… um autêntico clima de morte desesperada e fria… o fim!
Inesperadamente, sentiu-se como que o ribombar de um trovão… e uma lufada de ar fresco e reconfortante pareceu encher o Universo e tornar mais vivo e charmoso o verde dos campos e o colorido das flores. Alguns animais, das mais variadas espécies, passeavam pelo vale, calmos e pachorrentos… sob o sobrevoar de bandos de inúmeros pássaros alegres e chilreantes.
Macambúzios e desconfiados… surgindo de todos os lados, foram aparecendo muitos homens e mulheres, bem vestidos/mal vestidos… nutridos/desnutridos… olhando para todos os lados, como que à espera que algo acontecesse. As crianças, descontraídas, saltitavam e brincavam com alegria, sem olhar a sexo, raça, condição ou cor.
Aos poucos… demoradamente… os homens e as mulheres, alternavam o olhar em redor com o olhar sobre si mesmas e o entreolharem-se entre si!... A perplexidade e amargura dos rostos, aos pouquinhos, ia-se tornando mais leve, enquanto os semblantes se iam enchendo de humildade, piedade, solidariedade… e se sentia que os corações começavam de bater mais compassada e ritmadamente, expressando gestos de ternura e carinho, de compreensão, de aceitação, de amor e de paz. Em voo rasante… um pequeno avião ia deixando cair brancas pétalas… de esperança.
Acordou-me… o despertador… e foi-me difícil perceber que toda aquela visão inesquecível, onde ninguém fez nada por ninguém mas todos (cada qual por si mesmo…) fizeram tanto... foi apenas um sonho!
Restou-me a confiança de que, se “o sonho comanda a vida”, é possível que cada pessoa se torne cada vez mais responsável por si mesma para bem de todas os outras.
Para todos, uma Páscoa muito Feliz!
Hermínia Nadais
Publicado no "Notícias de Cambra"