quarta-feira, 7 de julho de 2010

O que será o amor?


Num mundo em que a palavra amor anda mais que badalada na boca de toda a gente, será que sabemos, verdadeiramente, o que é o amor?
Muito sinceramente, eu… não sei se sei... mas que vou tentando descobrir, lá isso vou!
Para que o amor não seja considerado uma utopia, vamos tentar vê-lo tal qual como ele se nos apresenta.
O amor não é egoísmo; não é gostar de alguém por nos sentirmos bem com esse alguém; não é querer o nosso bem-estar provindo do ser amado, mas querer o bem do ser amado somente porque o amamos.
Ninguém ama o que não conhece. Para amar verdadeiramente é preciso tentar a todo o custo conhecer cada vez mais e melhor o ser amado, porque amar é confiar, é dar-se ao ser amado, é entregar-se a ele, é acreditar nele… ou nela… incondicionalmente… e não podemos entregar-nos, assim, a qualquer pessoa, e de qualquer maneira… porque é daí que advém inumeráveis desencontros!...
O amor não é um sentimento puramente humano, pois tem sempre algo de transcendente. O amor não prescinde do nosso ser e do nosso querer… supera-o… vai mais além.
O amor verdadeiro acredita profundamente no ser que ama, e por isso, não mede esforços para o fazer feliz. Sofre, quando o ser amado sofre, e é feliz quando o ser amado está feliz. Há como que uma fusão entre o ser que ama e o que é amado. Todavia, o ser que é amado pode não retribuir com amor a quem o ama… e ainda assim… se o amor de quem o ama é verdadeiro, vai continuar a amá-lo.
Diz-se que amar é sofrer, porque o amor não pede nada em troca, é gratuito. A pessoa ama… com todas as implicações que isso lhe trouxer, muitas vezes ultrapassando as maiores desilusões e desenganos.
Amar as pessoas não quer dizer concordar ou aceitar o que as pessoas fazem, dizem, pensam ou são. Devemos amar as pessoas, em si mesmas, independentemente das suas obras. Pessoas não são comportamentos. Devemos amar as pessoas, mesmo que sejamos obrigados a odiar o comportamento dessas mesmas pessoas.
A reciprocidade do amor o mais das vezes não existe… não podemos medir a intensidade do amor, pois só quem ama sabe a verdadeira intensidade do seu amor.
A gratuidade do amor verdadeiro liberta. Se quem ama não espera nada em troca, qualquer mimo, ou mesmo até a injúria ou indiferença, tudo satisfaz. O amor verdadeiro não se turba com nada, ama, simplesmente.
Amor e fé andam de mãos dadas, vivem juntos, unidos indefinidamente, porque o amor acredita… e ter fé também é acreditar.
Podemos não saber o que é ter fé, assim como podemos não saber o que é o amor! Contudo… a vida sempre nos obrigará a acreditar em algo ou alguém, a ter fé em alguma coisa!... E como nascemos para amar… então… amemos… pois só assim nos sentiremos, dentro das nossas limitações, mais realizados e felizes!

Hermínia Nadais
Publicada no "Notícias de Cambra"