quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Se o homem quiser… sempre será NATAL!

Se desde sempre a época do Natal foi muito marcante para mim, agora mais do que nunca! O rodar dos anos ainda não me mostrou muito bem o que é o Natal do Menino Jesus, por isso sempre me apresso na busca da compreensão para partilhar melhor o encanto.
A época do Natal é importantíssima, pois sem Natal (nascimento) nunca poderia haver paixão (morte) nem Páscoa (passagem), acontecimentos que determinam a nossa própria vida, pois tal como Jesus, nascemos, vivemos e partimos. O Natal do Menino Jesus veio dar sentido à nossa existência, mostrar-nos o caminho a seguir e levantar uma pontinha do véu que sempre nos encobrirá a verdadeira meta a alcançar.
O Natal é um grande mistério. Antes de mais, é a celebração do aniversário do nascimento real de um HOMEM que fascinou o mundo e continua a fasciná-lo através da História como único caminho de realização pessoal e felicidade que uns seguem imitando os Seus passos, e outros seguem também na medida em que, ingloriamente, buscam a felicidade fora DELE, onde nunca a poderão encontrar.
Entre todos os povos há unanimidade de pensamento em relação ao Homem incomparável que Jesus realmente foi, o que faz DELE o centro da Humanidade. Os próprios muçulmanos, cuja crença avança no mundo a olhos vistos, reconhecem o Seu valor incomensurável. Mais do que nunca, a humanidade vive num permanente “Advento”, numa busca constante de ALGUÉM que a venha tirar das dificuldades em que se encontra, e ESSE ALGUÉM é JESUS CRISTO, caminho, verdade, e vida que se expressa através de um amor sem limites a todas as criaturas.
Viver Jesus Cristo mão é apanágio de cristãos católicos, é uma realidade de todos os homens que amam, porque Jesus é Amor, somente Amor.
O Homem/Humanidade, é um todo, formado por todas as criaturas humanas, indefinidamente. E assim sendo, os inimigos de qualquer homem nunca poderão ser os outros homens. Se qualquer homem é parte integrante da humanidade, não pode, de forma alguma, ser inimigo da humanidade, porque se o for, é inimigo de si mesmo.
Os inimigos do homem não são os homens, mas as más tendências, os defeitos e desamores dos homens. Esses, sim, são os verdadeiros inimigos do homem.
Quando todos os homens, mulheres e crianças, conseguirem compreender esta noção de inimizade, então, sim, todo o mundo renascerá de novo porque todos conseguirão amar-se mútua e incondicionalmente, e no mundo haverá a desejada harmonia e paz.
Eu não sei o que é o céu, nem sequer se existe algum local exacto a que Jesus Cristo tenha chamado realmente de céu… mas tenho a certeza que, se os homens conseguirem olhar-se íntima e profundamente à luz de Jesus Cristo e lutarem arduamente contra os seus defeitos interiores (o mais importante é invisível aos olhos) o mundo será “um céu”.
A mudança de mentalidade que o mundo necessita para viver na Paz de Jesus Cristo não acontece de uma só vez, terá de ir acontecendo aos pouquinhos. E enquanto houver pessoas que não vivam o amor autêntico que Jesus Cristo preconiza, sempre será Natal, porque Jesus Cristo irá nascendo sempre, das mais diversas formas, no coração de cada homem que ainda O não conheça.
Eu não sei o quê… mas cada um de nós, cristãos, teremos de fazer alguma coisa para que o verdadeiro Natal vá acontecendo todos os dias!
Para todos, um Feliz 2011, num constante e permanente Natal!

Hermínia Nadais

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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Natal… mas o que é o Natal?


A época é linda! Advento… e Natal!
Eu não sei se compreendo a profundidade do Natal!... Muitas vezes me pergunto a mim mesma: - Como é que o Menino Jesus… nasceu há mais de dois mil anos… e continuamos a dizer que Ele vai nascer?
A resposta que encontro pode não estar bem certa… mas, minimamente, satisfaz.
O Advento é o tempo de preparação e espera do nascimento do Menino Jesus… que vai nascendo e renascendo mesmo! Estamos todos cansados de saber que “o mais importante é invisível aos olhos!” Por isso, temos de pensar no Nascimento de Jesus a partir de uma diferente forma de nascer e de renascer - a partir de uma mudança de vida ou conversão interior, pois é a este tipo de nascimento que está ligado o verdadeiro Natal de Jesus Cristo!
Como homem, Jesus nasceu uma só vez que celebramos todos os anos no dia 25 de Dezembro… mas como graça e dádiva de Deus nasce e renasce todos os dias e a todas as horas e momentos… no coração dos homens que se vão abrindo ao Seu Amor!
Jesus nasceu por amor – viver o Natal de Jesus é viver no amor de Jesus - que nos impele a amar, sem peso nem medida, todos os homens nossos irmãos.
Temos de aprender a ver a história de Jesus integrada no conceito social do Seu tempo para a transpor integralmente para os nossos dias, mas sem a desvirtuar.
O mais importante da vivência do Natal é a celebração festiva do aniversário do Nascimento de Jesus como o Messias prometido ao povo judeu e que não foi reconhecido pelos judeus, pois Herodes queria matá-lo… mas foi procurado pelos gentios uma vez que os “supostos Reis Magos” vieram visitá-Lo com presentes.
A época natalícia é, assim, muito misteriosa… e para a vivermos plenamente não podemos prender-nos na incompreensão do mistério, mas tirar dele o essencial ao bom viver da nossa existência humana.
Jesus nasceu… um dia! Agora… vai nascendo na vida de cada pessoa, quando essa pessoa, consciente das suas acções menos correctas, O reconhece como exemplo a seguir e como companheiro de viagem… presente nos momentos bons para incentivar à humildade… e nos momentos maus para ajudar a superar dificuldades! Esta forma de estar pressupõe uma conversão ou mudança constante de vida que é o Natal de todos os dias.
Ao tempo de Advento e Natal estão ligados, ao lado de comportamentos de solidariedade e partilha, sentimentos de harmonia que desencadeiam encontros mais profundos entre familiares, colegas de trabalho, amigos mais próximos… e a necessidade de um olhar mais demorado sobre todo o planeta que habitamos num desejo de que a compreensão gere a paz e prosperidade tão necessária nos nossos dias.
Neste Natal que temos a ventura de viver… nem os parcos recursos económicos conseguiram apagar as luzes… porque o Natal, de facto, é LUZ! Não a luz das lâmpadas multicores… mas a Luz de Jesus Cristo a iluminar o interior de cada pessoa no sentido de que vá encontrando, nas agruras da vida, o verdadeiro caminho da felicidade para que foi criada.
Para todos… um Santo e Feliz Natal!

Hermínia Nadais

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terça-feira, 30 de novembro de 2010

CONVERSA INACABADA!


Na desmesurada sabedoria da minha juventude… eu não hesitaria em dizer quem é o “homem”… “ser humano”. Actualmente… depois de inúmeras reflexões e estudos e das mais variadas vivências… com muita humildade… tenho de resignar-me a dizer que não sei.
Eu não sei quem é o homem! Eu conheço e vivo Jesus Cristo mas não consigo compreender quem é Deus! Eu não conheço o Mundo!… E quanto mais tento aprofundar as minhas experiências e saberes… mais oportunidades encontro de testar a minha incomensurável ignorância.
Mas não sou única!... Há dias, encontrei a minha amiga Vanda que não via faz tempo. Depois de serenados os ânimos das manifestações alegres e entusiastas do encontro, resolvemos tomar um saboroso e tranquilizante chazinho para pormos a conversa em dia. E não sei como, talvez por termos gostos idênticos, demos connosco a falar sobre a melhor forma de viver a espiritualidade.
Neste contexto, dizia-me ela:
-“Eu cada vez percebo menos de tudo quanto vejo… o desconhecimento de Deus, da vida e das coisas, cada vez é maior. Mas também isso de pouco me interessa. Na minha forma de ser e estar, vou ultrapassando esta intempérie apostando viver lado a lado com o mistério… ou melhor dizendo… integrada no mistério… porque eu… embora infimíssima… também sou uma célula da humanidade.”
Depois da minha convicta concordância, continuou:
-“Pensar que ‘o mais importante é invisível aos olhos’ faz parte do meu dia a dia, em todos os seus momentos, e dá-me a oportunidade de, pelo menos, tentar olhar as pessoas que me rodeiam de forma amorosa e compreensiva, porque consigo vê-las com os olhos do meu coração ou sentimento.
No desenrolar da vida, há muitas situações em que não consigo fazer o que quero, e em vez de andar com a alegria e boa disposição desejada, sem saber como nem porquê, acabo por ser acometida por crises de insatisfação e mau humor que não consigo conter. E são estes meus comportamentos esquisitos de falta de auto-conhecimento e auto-controle que me levam a conviver melhor com as pessoas, mesmo sem as conhecer inteiramente, até porque já me convenci que não é possível… não posso ter a pretensão de conhecer os outros se não sou capaz de me conhecer a mim?
Depois… o ter de me desculpar das asneiras que vou fazendo… também me dá uma maior capacidade de desculpar os deslizes das pessoas com quem convivo. O reconhecimento e aceitação das minhas debilidades e fraquezas ajuda-me a compreender e aceitar as debilidades e fraquezas dos outros. É lógico!”
A importância do tema fez-me perder a noção de tempo… e tanta abertura… convidou-me a fazer silêncio… enquanto a explicação continuou:
-“As convicções religiosas têm que ser respeitadas. Cada um é como é! O caminho para chegar a Deus é diferente de pessoa para pessoa. E temos de respeitar o ritmo de cada um… ritmo que só Deus conhece. Quem se esforça por amar, aceitar e compreender… consciente ou inconscientemente, está com Deus que sempre será um mistério tão incompreensível quanto o homem! Eu… não consigo saber verdadeiramente quem é Deus… mas também não consigo viver sem ELE, porque ELE é parte integrante de mim e só o viver com ELE e para ELE me satisfaz.”
Olhamos o relógio… apreensivas… e… antes do beijo apressado de despedida, prometemo-nos, mutuamente, continuar a conversa… num outro qualquer dia!

Hermínia Nadais
herminia.nadais@sapo.pt

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terça-feira, 23 de novembro de 2010

O meu amigo Pekka


Pekka [Olavi Kaarakainen] é o meu amigo finlandês. (Diria: mais do que amigos, sentimo-nos irmãos.) Como se não bastasse ser finlandês, Pekka ainda por cima é engenheiro. É, pois, de natureza fria e racional.
Até há poucos anos atrás era ele um típico espécime de ateu. Acontece que, por força da profissão, viaja bastante, o que lhe tem permitido conhecer lugares e pessoas muito diferentes entre si.
Numa dessas viagens, cuja estadia no lugar de destino se prolongou no tempo, conheceu uma senhora já de idade, pobre, muito pobre, que quando mais nova e menos pobre havia assumido um compromisso de ajuda a necessitados e que mesmo quando ela própria necessitada, mantinha essa tarefa cheia de entusiasmo e genuína alegria.
Intrigado, Pekka quis saber o que a movia. E a senhora confiou-lhe que era o amor, o amor que vindo de Deus chega aos irmãos. Esse exemplo de vida tocou o coração do Pekka e ele descobriu Deus no amor.
Isto não é uma parábola. Esta estória, que não acaba aqui, mas mais não conto, é real. Para dizer que Deus conhece-se no amor. Deus não se conhece no infinito, porque nós não somos capazes de entender o infinito, e Deus é ainda maior do que o infinito. Deus conhece-se sentindo o amor. Tempo virá, lá mais para diante no nosso caminho de progresso quase infinito, em que entenderemos Deus; por ora, sintamo-lo. Amemos. Amemos a Deus fazendo a Sua vontade, que consiste em amarmo-nos a nós mesmos para que possamos amar o próximo. Para tanto, corrijamo-nos antes de pensarmos em corrigir os outros, e assim estaremos a fazer a vontade de Deus.
Não esqueçamos que não é aquele que diz “Senhor, Senhor” que entra no reino dos Céus, mas sim o que faz a vontade do Senhor que confessa.
O Pekka, que há ainda poucos anos era ateu, descobriu esta verdade e faz dela regra de vida. O meu irmão finlandês é agora ele um (bom) exemplo.

a. pinho da silva
antoninusaugustus@hotmail.com

O exemplo descrito é muito belo! Espiritualidade, parte integrante da vida, é algo que transcende a realidade actual da nossa própria vida e a leva muito além do palpável… leva-a ao sensível ao bater do coração de onde brotam todos os nossos pensamentos e atitudes. Que o AMOR de Deus nos habite para que, tal como aconteceu com o irmão finlandês Pekka, sejamos um bom exemplo de vida.

Hermínia Nadais
herminia.nadais@sapo.pt

domingo, 21 de novembro de 2010

Cansaços… não!!!...


Há dias… dei comigo a pensar na enorme força da psicologia humana… para o bem ou para o mal… e concluí que, actualmente, a maior parte do povo português parece ter perdido a sua identidade. Onde está a nossa mentalidade de guerreiros, descobridores, exploradores, escritores, cientistas!!!...
Isto não pode estar a acontecer! Falar em dificuldades e crises… está a ser uma conversa tão persuasiva que acaba por arrastar toda a gente para o pessimismo. Eu própria… que me reconheço optimista até à utopia… acabei também por entrar no jogo derrotista da maior parte dos portugueses! Eu… que até há uns anos era desconfiada e derrotista, passei a ser, naturalmente, confiante e optimista, mas ainda deveras distraída... pelo que gostei muito de receber um sem número de emails que me deram oportunidade de poder inteirar-me de muitas situações desonestíssimas que há no nosso país... e acho mesmo que foi de suma importância esses emails terem corrido mundo no sentido de alertar para a possível correcção dos infractores!
Contudo… temos de convir que há tempo para tudo: para nascer e morrer; para rir e chorar; para ser rico e ficar pobre; para ser pobre e ficar rico; para ser compreensivo e entrar em depressão; para desacreditar e acreditar… para errar e corrigir os erros… por isso… penso que já é tempo de parar!… Parar e ajudar o País a sair da situação de impasse em que se encontra, formulando pensamentos positivos a favor de todos os portugueses, para que uns tenham a sabedoria de governar com aprumo e justiça, outros se esforcem por trabalhar empenhadamente, e ainda outros, possam arrepender-se dos milhões já recebidos e consigam abster-se dos que têm a receber no sentido de os restituir a quem de direito para o bem comum… “o dinheiro chega para todos viverem bem… a culpa é da fraca distribuição que dele se faz.”
Está mais que provado que “o sonho comanda a vida”! Assim, as críticas destrutivas não levam a lado nenhum!… Não é possível comandar bem os destinos do nosso País sem sonhos positivos para o seu futuro – que é o nosso futuro e o dos nossos filhos e netos!
Certos de que não há ninguém totalmente bom nem totalmente mau… vamos aprender a ver em primeiro lugar o lado bom das pessoas, vamos aprender a ser optimistas! Todas as situações têm sempre dois pontos de vista! Vamos aprender a ver primeiro o lado positivo dos acontecimentos, pois ainda que não sirva para mais nada, pode ensinar-nos novas formas de viver.
A aprendizagem adquirida nos livros ao lado da minha experiência pessoal dizem-me que, se pensarmos que uma pessoa tem de ser boa, tudo à sua volta se desenrola no sentido de que o seja. O nosso querer, quando bem forte, pode dominar todo o nosso ser. Então… nada de desânimos! Nada de cansaços! Há que tentar modificar a nossa forma de ver, sentir, ser e agir, para podermos encontrar o caminho mais certo para a realização pessoal e felicidade de todos nós.

Hermínia Nadais
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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Orçamentos…

Quando falamos em orçamentos… pelas interferências que pode ter nas nossas vidas… lembramos de imediato o Orçamento do Governo. Contudo, temos de admitir que todo o sucesso de uma vida depende de orçamentos.
Logo que nascemos, temos que orçamentar a melhor forma de chorar para que atendam convenientemente às nossas necessidades; de seguida há que compreender e interpretar (orçamentar) sorrisos e caras feias para sabermos como actuar com quem nos rodeia; segue-se o controle (orçamento) do stress perante a aquisição de brinquedos… bolos… roupinhas… diversões… que os pais e restantes educadores terão de permitir ou não, conforme os casos; e logo, logo… há que orçamentar o tempo necessário para a aquisição dos conhecimentos escolares… e aprender a liderar (orçamentar) o dinheirinho do pequeno mealheiro para verificar se poderemos ou não comprar um rebuçado ou um chocolate como guloseima depois do lanche ou do almoço!
Este é um comportamento orçamental razoável para o bom enraizamento da nossa vida de crianças e pré-adolescentes! Mas… a partir daqui… há que orçamentar realidades muito mais complexas em que temos de nos colocar todinhos na balança/orçamento! Urge conhecer (orçamentar) as nossas faculdades mentais no sentido de averiguarmos em que tipo de escola, profissional ou intelectual, nos poderemos integrar… as nossas forças e resistências emocionais e psicofísicas, onde estarão implícitas, inevitavelmente, as nossas aptidões, gostos pessoais, capacidades de partilha, compreensão, aceitação, encontro e reencontro, para uma escolha vocacional, matrimonial ou celibatária, conveniente ao nosso maior desenvolvimento pessoal e integração social. E… depois das escolhas assumidas… ainda há que implementar tantos inventários (orçamentos) que nem dá para imaginar! E é neste vaivém, com procedimentos melhores e menos bons, que as nossas vidas vão decorrendo.
Quando os orçamentos de todas as acções das nossas vidas tiverem em conta o nosso desenvolvimento integral e bem-estar social atendendo ao bem-estar das pessoas que connosco convivem de perto ou de longe… conseguiremos uma tão boa prática orçamental que não teremos mais dificuldade em elaborar os melhores orçamentos.
O mundo é dos homens… que tal como todas as restantes obras que extasiam os sentidos são criaturas de um “Ser Superior” que tudo cria e governa no qual reconhecemos Deus: uns pela negação e combate agnóstico; outros fazendo com ELE contratos de “Tu fazes-me isto e eu dou-Te aquilo”; outros misturando-O com as idas aos cartomantes e adivinhos; outros, servindo nas igrejas, às vezes com atitudes tão incoerentes que, em vez de ajudar, acabam por complicar a expansão da verdadeira vivência das virtudes evangélicas; e há os que tentam viver segundo o Evangelho de Jesus Cristo prestando atenção à Sua Palavra e exemplo de vida e, consequentemente, de caridade, estudo e acção - a base de todo o crescimento humano e cristão.
A vida é bela, se pensarmos nas suas belezas! Mas só quando conseguirmos sacrificar-nos pela nossa beleza interior como fazemos em prol da nossa boa aparência física… o mundo ficará recheado de muito bons orçamentos.
Se o tempo urge… e amanhã pode ser tarde… por que esperamos?

Hermínia Nadais
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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A união faz a força!... Mãos à obra!



Um dos maiores desafios do “ser humano” é aproveitar o passado para corrigir o presente e preparar o futuro… mas a correcção precisa de muita atenção aos sinais que estão na origem das mudanças. Estamos a viver os coloridos dias outonais. Quem como eu ainda se encontra ligada à colheita dos frutos, verifica que alguns deles – os mais sujeitos à corrupção imediata - dão origem ao aparecimento de inúmeros mosquitos e moscas que além de dar cabo do corpo desafiam também a paciência.
Recordo que, há bem pouco tempo, com argumentos convincentes, afirmei: “Com pauladas não se apanham moscas!” Hoje… já não posso dizer o mesmo. E não foram os tempos que mudaram… fui eu que mudei a minha forma de ser, ver e agir.
Os pratinhos açucarados e as fitas penduradas para atrair esses insectos perniciosos foram substituídos por uma espécie de varinhas plásticas com uma ponta de rede. E quando os insectos se movimentam na maior liberdade… acertamos-lhe a matar, na ocasião mais oportuna… não com força… mas com muita rapidez e perspicácia.
Há dias… enquanto levava a cabo uma destas minhas minuciosas operações… absorta em pensamentos… pareceu-me descobrir uma certa afinidade entre a destruição das moscas e a autodestruição social.
A verdadeira liberdade só existe dentro de cada um… na medida em que cumpre literalmente todas as suas obrigações no respeito pela integridade e liberdade dos outros. A democracia em que vivemos diz muito claramente que somos todos livres e iguais em direitos e em deveres… uma realidade muito aliciante para o combate às injustiças. Mas… há que admitir o facto de muitos de nós vivermos como as moscas... alheios aos perigos e tentações e aproveitando a liberdade para fazermos o que não podemos e nos metermos onde não devemos! E depois... queixamo-nos de que as coisas correm mal!...
Obrigam-nos a tantas restrições que o pensamento foge-nos inúmeras vezes para o sistema de finanças… das finanças públicas que tanto mexem connosco… e da forma como vamos gerindo as nossas. A esta parte… a democracia tem funcionado muito mal, pois as desigualdades sociais são cada vez mais fantasmagóricas. E grande maioria… ou talvez mesmo a totalidade das pessoas espertas que nos mandam apertar o cinto… estão tão cansadas de se lambuzarem no açúcar farto dos pratos que só mesmo com umas boas e certeiras palmadas os farão cair do cavalo das suas razões egoístas para deixar que o povo trabalhe com gosto e cresça na vida em harmonia e paz.
Ainda não percebi porque é que a maior parte das pessoas que estão nos comandos… seja em que comandos forem… esquecem tão depressa os cuidados que merecem as bases de onde saíram… e que de um ou outro modo as ajudaram a subir aos poleiros!!!…
Que a paciência e desapego alimentem a sensatez… porque ganância, prepotência e incoerência, temos de sobra. Quando a inteligência se ligar ao amor na humildade, bom senso, compreensão, dedicação e espírito de serviço… haverá harmonia, entendimento, justiça social, pão e paz.
Sem ovelhas não há pastores e sem governados não há governantes… mas todos somos precisos! A união faz a força! Mãos à obra!

Hermínia Nadais
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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Espiritualidade, para mim, não é falar de espíritos!...

Há um velho ditado que nos diz que “quem pensa não erra”… mas eu penso e continuo a errar... e quanto mais estudo mais me convenço de que nada sei!
O nosso espírito a que vulgarmente chamamos alma, anima o nosso corpo que, uma vez desanimado ou morto, cremado ou sepultado, fica cá na terra de onde saiu. Para a eternidade irá apenas a alma ou espírito, como queiramos chamar, e é com essa parte de nós que devemos ter mais cuidado. Daí esta rubrica.
O corpo, bilhete de identidade de cada um de nós neste mundo onde vivemos, é como que um embrulho do que realmente somos.
Para mim, espiritualidade não é propriamente falar de espíritos, mas partilhar a forma como cada um cuida dessa parte de si, que se não vê, mas é a que realmente vale a pena cuidar com mais intensidade.
Eu tenho descoberto inúmeras coisas nos últimos tempos. E quando procuro dar uma interpretação pessoal convincente no sentido de tentar tornar os artigos mais elucidativos e apelativos a uma descoberta do quanto é salutar para cada ser humano olhar-se e cuidar-se interiormente, no amor e na solidariedade, vou ler os textos mais atentamente e acabo por verificar que não necessitam de qualquer explicação.
Milagre significa prodígio, portento, maravilha, assombro! O ser humano, dotado de memória, inteligência, vontade, sensibilidade… é a maior das maravilhas, o maior dos assombros! Pena que nem sempre viva como tal!
O texto anterior substitui o termo milagres por curas… e diz muito claramente porquê, usando palavras de Jesus, que são a prova verídica de que as curas feitas por Jesus não tinham a ver só com ELE, mas com a disposição interior das pessoas que lhe pediam a cura. Jesus não curou de qualquer jeito todos quantos queriam ser curados e pensavam apenas no corpo. Jesus curou todos os que acreditavam profundamente NELE e eles próprios usavam toda a sua força para mudar o rumo da sua vida interior, espiritual, pois depois de curados bendiziam a Deus e seguiam Jesus.
Em face da admiração dos Apóstolos perante as curas extraordinárias, Jesus disse: “Se tiverdes fé, vós mesmo fareis tudo quanto Eu faço, e fareis mais ainda! Se tiverdes Fé, e disserdes àquela montanha, arrasta-te, ela arrastar-se-á!” A força da mente humana unida à vontade de Deus pode fazer maravilhas!
Actualmente também há curas incompreensíveis, testadas pela medicina, que andam sempre à volta de uma vida de grande fé e oração profundas, antes… durante e depois da cura!
Nós, seres humanos, temos uma força extraordinária que nos vem da semelhança com Deus, que nos criou livres e responsáveis pelas nossas atitudes. Deus, Pai amantíssimo e misericordioso não pode, de forma alguma, querer o mal de Seus filhos, mas nós temos que usar toda a nossa força para fazer o que LHE agrada, ou seja, para AMAR INCONDICIONALMENTE!
Há muitas pessoas que se dizem católicas, mas não estudam nem vivem um pouquinho só do que é o verdadeiro catolicismo, pois se o fizessem, o mundo seria diferente. Não interessa dizer que sou, o que interessa é que eu seja aquilo que digo ser!
É urgente que todos os católicos que frequentam as igrejas deixem de se esconder debaixo do número avultado que ainda representam como Igreja… e comecem a descobrir as verdadeiras raízes da sua crença e a viver segundo a sua Fé em Jesus Cristo, a viver segundo a Fé de Jesus Cristo, em espírito e verdade.
Se os católicos confessos continuarem a viver de qualquer jeito… serão cada vez mais rejeitados pela sociedade e por outros cristãos que, noutras crenças e em pequenos grupos, se esforçam por uma vida mais digna e dignificante. Segundo as Escrituras, na passagem para a eternidade, seremos julgados somente em face do amor que dedicarmos a Deus e aos irmãos.
Quem puder compreender… compreenda!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Somos diferentes, e complementares!

São as nossas diferenças que formam o todo da sociedade, e pela sua dignificação, é urgente que aprendamos a interpretar opiniões e a extrair delas o melhor. Quem julga saber tudo… é ignorante. Palavras e expressões menos compreensíveis no nosso texto de hoje, terão uma oportuna explicação. Obrigada! Sempre ao dispor.
Hermínia Nadais, http://textosdaescoladavida.blogspot.com



Essa coisa de espíritos…

Imaginemos um balão cheio de ar: todas as linhas de força convergem para a boca. Por analogia: o espírito quando encarnado é um balão cheio de ar em que as linhas de força convergem para a pineal (aquilo mesmo que já Descartes referiu como sendo o ponto de ligação da alma com o corpo) que, entre outras funções, desempenha a de emissor e recetor de pensamentos.
Consequência: a mediunidade é atributo orgânico, comum a todo o ser humano, embora nuns mais ostensivo do que noutros, qualidade que tem a ver com a quantidade de cristais de apatita.
A mediunidade nada tem de místico, pois obedece às leis da física; a mediunidade não é uma doença (a OMS reconhece-a como uma faculdade), mas que pode manifestar-se como doença quando descontrolada.

Com os sentidos que temos, vemos o mundo a três dimensões: comprimento, largura, altura. Mas os astrofísicos ao fazerem triangulações entre estrelas descobriram uma quarta dimensão, a do espaço-tempo, que também podemos nomear como dimensão espiritual. Neste momento já se fala em onze dimensões. Sendo que a distância que as separa pode não ultrapassar um milímetro, tal implica que os espíritos estão mesmo debaixo do nariz.
(Detalhe: há espíritos? Pela aplicação da lei de Lavoisier, que diz que nada se cria nem nada se perde, tudo se transforma, onde estão os “balões” inteligentes que animaram os corpos dos nossos antepassados?)
Toda a matéria visível corresponde a uma percentagem inferior a dois dígitos. E é invisível porque vibra a uma frequência diferente daquela a que os nossos órgãos dos sentidos estão aptos a captar. Assim sendo, aquilo que não vemos é noventa e tanto por cento mais do que aquilo que vemos.

Como se efetua a ligação entre dimensões?
Quando aceleramos a nossa vibração pela concentração do pensamento no bem, criamos forças de atração gravítica que como que por efeito de sucção criam canais entre dimensões. Os cosmólogos chamam-lhes wormholes (túneis de minhoca) e os que passam por Experiências de Quase Morte descrevem-nos como túneis de luz. (Se desacelerarmos a vibração até o arrefecimento a zero absoluto também nos tornaremos invisíveis. Os wormholes resultantes da desaceleração vibracional serão de trevas, tal como as dimensões a que acedem.)
É por este processo que os espíritos podem ser vistos e ouvidos, e captando o seu (dos espíritos) pensamentos através a pineal deles se faz intérprete o médium, seja pela psicofonia, pela psicografia, pela psicopictografia e outras modalidades.

A mediunidade leva à loucura?
Se o espírito encarnado é essencialmente desarmonizado, se é moralmente doente, se nada faz para se reequilibrar, naturalmente sintoniza seus afins. Sabido como é que as enfermidades morais produzem enfermidades físicas, as quais são potenciadas pelas ligações espirituais que estabelecemos, o contínuo pensamento viciado tende a romper o equilíbrio mental.
Pelo contrário, foi possível verificar-se que uma mediunidade votada ao bem, e particularmente com Jesus, funciona como um elixir da juventude.
É muito ténue a fronteira entre a sanidade e a loucura. Instantes de loucura todos podemos ter, porque todos somos médiuns e todos podemos penetrar outras dimensões nem sempre as melhores. Captando pensamentos desequilibrados o desequilíbrio faz-se nosso se não seguimos o preceito evangélico de vigiar e orar.

(Texto segundo o acordo ortográfico)

A. Pinho da Silva
Licenciado em Filosofia
antoninusaugustus@hotmail.com

Texto publicado no Notícias de Cambra, na rubrica "Espiritualidade"


Espiritualidade, não é falar de espíritos…



Espiritualidade não é falar de espíritos, mas mostrar formas de viver segundo o Espírito que nos anima

Esta rubrica sobre espiritualidade surgiu para partilha da forma como cada um se relaciona interiormente consigo mesmo, com Deus e com o mundo. Perante esta finalidade, surgir o comportamento dos espíritas, era inevitável, e ainda bem, pois o espiritismo, muito ao contrário do que me tentaram incutir faz tempo, não é nada de horroroso, é apenas uma forma diferente, como tantas outras, de procurar viver com Deus, o que é imperioso respeitar.
Todo o conteúdo do texto anterior se desenvolve à volta da pineal, uma pequena glândula formada por cristais de apatita que vibram conforme a captação de ondas magnéticas, localizada no centro do cérebro à altura dos olhos, considerada por certas correntes religioso/filosóficas como o centro do relacionamento do homem com outras dimensões, uma espécie de terceiro olho devido à sua semelhança com os olhos, com funções que foram e continuam a ser muito discutidas e discutíveis.
Para os espíritas a pineal é o órgão responsável pela vida espiritual e mental, interferindo, fundamentalmente, no campo sexual e no comando voluntário das forças do subconsciente e transcendente, psicoterapia, pictografia, estados de transe e mediunidade, clarividência, telepatia e talvez ainda outras; para os hindus praticantes do yoga, é o centro de energia responsável pelo desenvolvimento extra-físico, receptor e transmissor de energia vital; para os discordianos a pineal é o órgão de comunicação entre Éris, Discordia, e os seres humanos. No entanto, nenhuma destas variações consideradas é determinante, pois está convenientemente provado que retirada completamente a glândula por cirurgia não leva à morte nem a alterações evidentes na capacidade de pensamento.
Francamente, depois de alguma investigação debrucei-me mais profundamente sobre o teor do texto, e, muito embora considere de grande utilidade, acho desnecessário, de imediato, o tentar explicitar cabalmente o sentido dos termos e expressões nele usadas, pois apenas se satisfarão minimamente algumas curiosidades, se indignarão outras, e ainda outras, tal como eu fiz e continuarei a fazer, continuarão a procurar pelos mais variados meios a resposta às suas inquietações, na ânsia de crescer um pouco mais como pessoas - “dai-me homens que vos darei cristãos”.
O texto, muito embora seja científico por demais, está explícito, dentro do possível.
Aos poucos que seguem o espiritismo, em comparação, especificamente, com os inumeráveis cristãos católicos com quem convivo todos os dias, rendo a minha mais sincera homenagem, pelo assumir de vivências, pelo saber, coerência, empenho, persistência e coragem de divulgação.
Temos muita falta de exemplos concretos de vida de confiança em Deus e de amor e doação a Deus e aos irmãos. Temos muitas pessoas que dizem ser e não são. Temos que nos assumir tal qual somos, temos que ser honestos connosco e com quem connosco convive, custe o que custar, pois só assim o mundo encontrará o seu verdadeiro caminho.
Eu, pessoalmente, professo o catolicismo com todas as suas letras. Para acreditar e viver o melhor que posso e sei, Jesus Cristo, confio plenamente em Deus e medito diariamente na Sua Palavra, na Bíblia, Tradição e mais Documentos da Igreja, tenho a Oração e Vida dos Sacramentos nomeadamente a Eucaristia que me preenchem totalmente, tenho grupos de leigos com quem partilho a vida e que comigo tentam estar presentes a quem precisa. Eu não sinto necessidade de me embrenhar em nada que transcenda a minha humilde pequenez para ser imensamente feliz, numa luta constante por um maior amor a Deus e ao próximo.
Temos que fazer distinção de comportamentos. Um católico deve viver como católico, um espírita como espírita, no respeito total e mútuo. Estamos cansados de ver católicos a procurar descobrir o futuro, nas cartomantes e afins… o que não é aceitável num católico.
Quando os que se dizem católicos o forem de verdade, o amor será amado e o mundo ficará diferente.
Sejamos quentes ou frios… mas mornos, não, porque os mornos são abomináveis.

Hermínia Nadais
http://textosdaescoladavida.blogspot.com

Texto publicado no Notícias de Cambra, na rubrica "Espiritualidade"

quarta-feira, 7 de julho de 2010

O que será o amor?


Num mundo em que a palavra amor anda mais que badalada na boca de toda a gente, será que sabemos, verdadeiramente, o que é o amor?
Muito sinceramente, eu… não sei se sei... mas que vou tentando descobrir, lá isso vou!
Para que o amor não seja considerado uma utopia, vamos tentar vê-lo tal qual como ele se nos apresenta.
O amor não é egoísmo; não é gostar de alguém por nos sentirmos bem com esse alguém; não é querer o nosso bem-estar provindo do ser amado, mas querer o bem do ser amado somente porque o amamos.
Ninguém ama o que não conhece. Para amar verdadeiramente é preciso tentar a todo o custo conhecer cada vez mais e melhor o ser amado, porque amar é confiar, é dar-se ao ser amado, é entregar-se a ele, é acreditar nele… ou nela… incondicionalmente… e não podemos entregar-nos, assim, a qualquer pessoa, e de qualquer maneira… porque é daí que advém inumeráveis desencontros!...
O amor não é um sentimento puramente humano, pois tem sempre algo de transcendente. O amor não prescinde do nosso ser e do nosso querer… supera-o… vai mais além.
O amor verdadeiro acredita profundamente no ser que ama, e por isso, não mede esforços para o fazer feliz. Sofre, quando o ser amado sofre, e é feliz quando o ser amado está feliz. Há como que uma fusão entre o ser que ama e o que é amado. Todavia, o ser que é amado pode não retribuir com amor a quem o ama… e ainda assim… se o amor de quem o ama é verdadeiro, vai continuar a amá-lo.
Diz-se que amar é sofrer, porque o amor não pede nada em troca, é gratuito. A pessoa ama… com todas as implicações que isso lhe trouxer, muitas vezes ultrapassando as maiores desilusões e desenganos.
Amar as pessoas não quer dizer concordar ou aceitar o que as pessoas fazem, dizem, pensam ou são. Devemos amar as pessoas, em si mesmas, independentemente das suas obras. Pessoas não são comportamentos. Devemos amar as pessoas, mesmo que sejamos obrigados a odiar o comportamento dessas mesmas pessoas.
A reciprocidade do amor o mais das vezes não existe… não podemos medir a intensidade do amor, pois só quem ama sabe a verdadeira intensidade do seu amor.
A gratuidade do amor verdadeiro liberta. Se quem ama não espera nada em troca, qualquer mimo, ou mesmo até a injúria ou indiferença, tudo satisfaz. O amor verdadeiro não se turba com nada, ama, simplesmente.
Amor e fé andam de mãos dadas, vivem juntos, unidos indefinidamente, porque o amor acredita… e ter fé também é acreditar.
Podemos não saber o que é ter fé, assim como podemos não saber o que é o amor! Contudo… a vida sempre nos obrigará a acreditar em algo ou alguém, a ter fé em alguma coisa!... E como nascemos para amar… então… amemos… pois só assim nos sentiremos, dentro das nossas limitações, mais realizados e felizes!

Hermínia Nadais
Publicada no "Notícias de Cambra"

quarta-feira, 30 de junho de 2010

FÁTIMA… ALTAR DO MUNDO!

Faz já algum tempo que Luciano Guerra, antigo Reitor do Santuário, numa entrevista a uma das nossas televisões, dizia que em Fátima há lugar para todas as pessoas, de todas as crenças, idades, raças, cores, estratos e condições sociais. E com a calma e porte que lhe são peculiares, como no desfiar das contas de um rosário, explicou pormenorizada e convictamente a razão das suas palavras com verdades irrevogáveis e convincentes.
A vida, esse dom admirável que nos foi dado e tem a espiritualidade como sua parte integrante, é tão abrangente, complexa e com tanto de transcendente que faz de Fátima um incomparável ponto de encontro para inúmeras e diversificadas pessoas.
Como católica assumida, não me ocorre qualquer alusão aos acontecimentos de Fátima antes do Anjo e Nossa Senhora lá terem aparecido e contactado com as três crianças. Os católicos convictos crêem na presença de Deus na vida pessoal e social dos indivíduos. Crêem no Deus Amor e Pai misericordioso paciente e compassivo que ama sem medida a todos e a cada um, e aceita cada qual como cada qual é, sem castigar ninguém. Tentam reconhecer que as leis irreversíveis da natureza criada por Deus são por Ele respeitadas, pois se o não fossem, Deus estaria contra Si próprio, o que nunca se compreenderia. Reconhecem o bem e o mal como duas forças antagónicas presentes no ser humano, acrescidas de uma espécie de censura que faz sentir felicidade com a prática do bem e frustração com a prática do mal, pelo qual o remorso é o maior dos castigos. A inquietação sofrida leva as pessoas a sentirem-se insatisfeitas e revoltadas consigo mesmas, chegando muitas vezes a castigarem-se a si próprias das mais diversas formas.
Os católicos que o são de verdade e vida, reconhecem os seus inumeráveis desvarios, mas tentam a todo o custo confiar totalmente em Deus por, ainda assim, se saberem muito amados e queridos por ELE. E por amor, evitam a todo o custo magoar ESSE Deus que os ama, bem assim como ao próximo, a “transparência” de Deus que partilha com eles a vida.
A confiança que depositam em Deus despreocupa-os em relação a qualquer acontecimento futuro. Conscientes de que cada crença tem seu jeito de ver e viver a mesma realidade, tentam, também, aceitar e conviver com outras formas de viver a espiritualidade nos diversos caminhos que os homens vão percorrendo para se puderem encontrar cada vez mais e melhor consigo mesmos, com Deus e com a sociedade.
“O Milagre do Sol” do dia 13 de Outubro de 1917, lembrado na passada edição e que todos mais ou menos conhecemos, não está, realmente, no verdadeiro rodopiar nem no abaixamento do sol, mas no facto de que as pessoas que olharam o Sol naquele momento o viram todas da mesma maneira, como demonstra, inclusive, as fotos tiradas na ocasião. O Sol não pode ter saído do seu lugar, por isso o milagre foi, sem sombra alguma para dúvidas, a alucinação colectiva de tantos milhares de pessoas. Esse foi um verdadeiro e enormíssimo milagre da MÃE de Deus, mãe de Jesus e nossa mãe!
O “tende fé e sede bons” do artigo já referenciado, está totalmente explícito nos pedidos formulados por Nossa Senhora aos pastorinhos.
Todos, sem excepção, devíamos esforçar-nos por ter fé e ser bons, descobrindo, interiorizando e vivendo profundamente de acordo com o que acreditamos, sem criticar nada nem ninguém. Os caminhos que levam a Deus são inúmeros. É preciso olharmo-nos profundamente para escolhermos trilhar o que nos parecer melhor… sendo quentes… ou então frios… porque os mornos serão sempre abomináveis!

Hermínia Nadais
http://textosdaescoladavida.blogspot.com

Publicadono "Notícias de Cambra"

domingo, 27 de junho de 2010

Loucuras da vida


O mês dos Santos Populares, que traz saudades para os mais velhos e aventuras para os mais novos, para mim trouxe o desejo de partilhar uma das minhas loucuras… que pode parecer estupidez… mas é uma tentativa de evitar que outros façam o que eu fiz.
Impressionam-me por demais as pessoas queixinhas, sempre muito doentinhas e a caminhar para os médicos… e decidi para mim mesma que eu nunca seria assim.
Gosto imenso e tenho um carinho muito especial pelo meu médico e guardo bem no fundo do coração o quanto me tem ajudado e os cuidados que tem tido comigo, do que lhe estou imensamente grata, mas não gosto nada de andar atrás dele!
Faz tempo que vinha sentindo as minhas pernas muito esquisitas… algumas vezes inchadas… e cada vez mais escuras e endurecidas.
Os meus familiares e alguns amigos sugeriam-me que fosse ao médico, mas eu resistia dizendo que estava bem… e para mim estava, pois o mal estar que eu sentia ia-o atribuindo à idade que já vai sendo alguma… e ia-me deixando andar, de calças e saias compridas para ninguém me chatear por causa das pernas.
Num dia em que vesti saia mais curta, uma minha sobrinha não gostou nada das pernas e desinquietou a mãe e a tia que me encheram a cabeça tanto que eu acabei por mostrá-las a uma amiga enfermeira a quem prometi ir logo ao médico… e muito contrariada, mas lá fui.
Com a maior das calmas, o médico disse-me que eu estava muito mal… e foi-me alertando para o risco que corria. Receitou-me uns medicamentos… e senti de imediato melhoras consideráveis, que tive de lhe transmitir.
Depois de fazer os exames requeridos voltei lá a mostrá-los e a dizer-lhe muito firmemente: - Senhor Doutor, não há mortes repentinas, pois não? Eu andava a morrer e não sabia? Mediante as melhoras é que eu vejo como andava, Senhor Doutor!
Ao que ele, muito sério, respondeu: - Claro que há mortes repentinas, minha senhora… mas só nos acidentes, sabe… porque fora de acidentes… há pessoas que se deixam andar… assim… e são colhidas repentinamente pela morte.
Mediante o que observou atentamente, receitou ainda mais dois tipos de medicamentos… e eu continuo a sentir-me cada vez melhor!
Ora, com tudo isto… ser queixinhas, não devemos ser… mas descuidados ou descuidadas… também não!
Só dá valor à saúde quem a perde… e tem a ventura de a recuperar. É muito bom ser saudável! Cuidar da saúde, é um dos nossos maiores deveres, deveres que os médicos nos ajudarão a cumprir! O sistema de saúde, isso é uma outra coisa. Há quem diga que está muito bom… mas não sei se estará tanto assim! Que temos muito bons médicos, enfermeiros, especialistas, farmacêuticos… lá isso temos, bem-haja!
Que eles nos protejam, e que Deus os ajude, e a nós também!

Hermínia Nadais
Publicada no "Notícias de Cambra"

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Diz-me… com quem andas…


“Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és!”
Esta frase era repetida inúmeras vezes pelos meus pais, tios e avós, de boa memória, principalmente na minha mocidade, quando eu mostrava vontade de acompanhar com alguém que não fosse de sua inteira confiança.
Fui interiorizando o que ouvia e fugindo, com as mais astuciosas desculpas, das pessoas que eles desaprovavam, atitudes que me marcaram de tal forma que ainda hoje, quando me surge uma nova amizade, esta frase, como por encanto, me aflora de imediato à mente e acaba por me desviar de muitas confusões.
A frase continua tão verdadeira no hoje como o foi no ontem. Na idade do crescimento e seguimento de ídolos em que é natural as pessoas deixarem-se arrastar facilmente, urge atender aos valores reais do grupo em que estivermos inseridos, pois na idade madura, uma vez adquirido um conhecimento capaz, um querer constante e uma vontade firme, torna-se mais difícil desviarem-nos da meta que tivermos definido.
Cada pessoa é senhora de si e deve ter a liberdade de escolher e enveredar pelo caminho que julgue mais conveniente… mas sem se isolar das demais, pois o isolamento não faz bem a ninguém.
A vida em grupo faz parte do nosso “ser” humanos que são “seres sociais” por excelência.
Somos parte integrante dos agrupamentos naturais em que nos movimentamos: família, lugar, freguesia, concelho, país; e formamos grupos de pessoas no ambiente de trabalho, de amizades, de aprendizagens, de distracções, de interesses socioculturais; somos grupo de… grupo com… grupo para…
Juntamo-nos a um qualquer grupo de pessoas pelos valores, interesses e objectivos que nos apresenta, e desse modo, o comportamento do grupo continuará a definir-nos. Numa comunhão recíproca, devemos fazer tudo para que o grupo seja bom e as pessoas responsáveis, amigas, fortes e coesas.
É no pequeno grupo que teremos a coragem e o à vontade para partilhar vida, haveres e opiniões, e para trocar a crítica pela correcção fraterna, condição indispensável para que todos os membros do grupo possam crescer, mediante as qualidades inerentes a cada pessoa e cada pessoa dentro das suas próprias possibilidades.
Os adultos maduros e responsáveis só poderão deixar-se orientar pelo grupo se o grupo onde se quiserem inserir, livremente, na corresponsabilidade e verdade, lhe oferecer maior possibilidade de crescimento.
Viver em grupo tem regras que têm de ser escrupulosamente cumpridas. Não adianta falar mal de nada nem de ninguém! É urgente, sim, olharmo-nos tal qual somos de modo a averiguar se estamos ou não a proceder da melhor forma dentro dos nossos grupos, porque os actos isolados serão sempre provenientes de vivências de grupo… e por sua vez, as vivências de grupo expressar-se-ão sempre nos pequenos actos isolados de cada um dos seus membros.
Então, sejamos muito cautelosos tanto dentro dos nossos grupos naturais como na escolha acertada dos grupos onde nos vamos inserir, pois o “Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és”, muito embora não tenha o mesmo peso na adolescência ou idade adulta, pesará sempre muito no nosso comportamento, pois o exemplo arrasta.

Hermínia Nadais
publicada no "Notícias de Cambra"

terça-feira, 1 de junho de 2010

Fátima, factos e reflexões



“Porto, 11 de Maio de 1917 Srs. Redactores:
Foi participado pelos Espíritos a diversos grupos espíritas, que no dia 13 do corrente há-de dar-se um facto, a respeito da guerra, que impressionará fortemente toda a gente.
Tenho a honra de me subscrever Espírita e dedicado propagandista da Verdade. ANTÓNIO.”
Esta notícia foi publicada em “O Primeiro de Janeiro” e uma outra, de teor semelhante, foi-o em “O Jornal do Comércio”, de Lisboa e entretanto desaparecido, em data também anterior ao acontecimento.
Tal como os jornais, também as comunicações psicografadas podem ser consultadas, tendo uma delas a particularidade de ter sido escrita da direita para a esquerda. Nesta, datada de 7 de Março, pode ler-se: “A data de 13 de Maio será de grande alegria para os bons espíritas de todo o mundo. Tende fé e sede bons.”
Portanto: os acontecimentos de 1917, em Fátima, são fenómenos mediúnicos já devidamente estudados e catalogados e pertença da humanidade.


Vidência e audiência
A mediunidade é uma faculdade orgânica comum a todos, variando apenas o grau de ostensividade. A vidência e a audiência são dois dos aspectos da mediunidade que, dada a quantidade com que se manifestam, sobretudo a vidência, nada têm de extraordinário. Em tese, todos os que estamos no corpo podemos ver e ouvir os espíritos e em tese também todos os espíritos podem ser vistos e ouvidos, embora saibamos que tal não acontece devido às díspares frequências vibratórias. Os estudos já efectuados sobre esta faculdade, notadamente os estudos sobre a pineal, dão validade científica a esta tese.

O “milagre” do Sol
Não oferecendo qualquer dúvida de que o movimento regular do Sol não é visto e de que, em absoluto, não podia ter tido aquele movimento irregular e estarmos aqui para o contar, outra explicação terá de haver. O conhecimento da psicologia de massas, nomeadamente aquela que a doutrina espírita oferece, explica-o de modo racional e torna entendíveis fenómenos como os de obsessões e alucinações colectivas. Poder-se-á levar em conta também para que tantos tenham visto o pretenso milagre do Sol a vertente da mediunidade que dá pelo nome de efeitos físicos.

A. Pinho da Silva
Licenciado em Filosofia
antoninusaugustus@hotmail.com

A trabalhar na rubrica em parceria com a Direcção/Redacção do jornal:
Hermínia Nadais
http://textosdaescoladavida.blogspot.com

segunda-feira, 24 de maio de 2010

UM POUQUINHO DE NÓS!


Falar de espiritualidade pode não ser compreensível para a maior parte das pessoas, uma vez que a maior parte das pessoas não vêem a espiritualidade como parte integrante de si mesmas, e por isso, de imediato, ligam o termo a algo de sobrenatural que, ou é favorável e ajuda, ou é desfavorável e estraga tudo, coloca a vida do avesso, de pernas para o ar.
Tendo em atenção estas e outras atitudes que estão muito vulgarizadas, vamos preparar-nos para podermos falar compreensivelmente sobre espiritualidade com uma pequena e muito rudimentar introdução em que vamos tentar analisar-nos a nós mesmos, assim, tal qual nos vemos, tendo em atenção a nossa realidade intrinsecamente temporal. Poderá até parecer uma brincadeira, mas com o tempo veremos que não é.
Então, quem somos nós? Somos… a Maria, o Manel, o Tono, o Quim… que nos apresentamos com um corpo… um corpo alto, baixo, magro, gordo, claro, escuro, com uns contornos muito bem alinhados ou trabalhados um pouco à pressa… com olhos castanhos, azuis, pretos… cabelos fortes, fracos, lisos, encaracolados, eriçados, encarapinhados e castanhos, louros, grisalhos… com pernas altas, baixas, gordas, esguias, mal chambradas ou esbeltas… dedos grossos, finos, compridos, curtos, com unhas muito bem ajeitadinhas ou mal cavacadas… queixo com covinha ou sem ela, orelhas pequeninas ou orelhudas, nariz bicudo ou achatado… pés de quarenta e quatro ou trinta e cinco… e é assim que nos vemos quando nos olhamos ao espelho e que as pessoas com quem convivemos nos vêem e nos conhecem, porque, de facto, somos assim. E cada um de nós é como é, e se não se assume, assim, tal como é, é porque em si algo não está bem.
Quer queiramos ou não, não podemos fugir desta realidade. O nosso corpo, com tudo quanto o compõe, quer gostemos e apreciemos, quer não, é o nosso bilhete de identidade social, é por ele que nos conhecemos e somos conhecidos e conhecidas.
E não dizemos vai ali o espírito da Maria… do Manel… do Tono… do Quim… mas vai ali a Maria, o Manel, o Tono ou o Quim, pois é o corpo que identifica a cada um de nós porque é com ele que marcamos a nossa estadia neste mundo.
E antes de começarmos a falar no algo mais que pertence intimamente a esse corpo, podemos ainda continuar a ver as inumeráveis formas como ele se poderá apresentar publicamente, ou melhor dizendo, como é que nós nos poderemos mostrar publicamente através desse corpo, pois ele, o nosso corpo, pode apresentar-se de muitas maneiras, esta é mais uma realidade que temos que aceitar.
Somos cidadãos do mundo, nascidos num qualquer país de um dos seus continentes… num determinado lugar, cidade ou aldeia… numa família pequena ou grande… rica ou pobre, bem ou mal formada… que é sempre uma ínfima parcela de uma sociedade!
E… por hoje… acho que é melhor ficarmos por aqui… a pensar na maravilha da nossa querida família e também da sociedade que a acolhe! E para que o nosso meio envolvente comece a ser bem melhor, vamos ser muito positivos olhando mais atenta e profundamente as coisas boas que dele podemos tirar.

Hermínia Nadais
http://textosdaescoladavida.blogspot.com

(Publicado no "Notícias de Cambra")

domingo, 9 de maio de 2010

As voltas que o mundo dá!


Que o mundo anda às voltas toda a gente sabe, e ainda bem que anda às voltas, pois se não fossem as voltas do mundo a noite seria sempre noite e o dia sempre dia, o calor sempre calor e o frio sempre frio. O mundo anda às voltas… claro que anda, anda às voltas giratórias… porque além destas voltas sempre iguais… quem dá as voltas não é o mundo, somos nós! Nós é que damos voltas… e voltinhas... na vida deste mundo onde nada é definitivo e a única certeza que temos depois do nascimento é a morte, morte que, nos últimos tempos, não se tem cansado de retirar da nossa companhia um sem número de amigos que continuarão para sempre indelevelmente marcados e carinhosamente guardados bem no fundo do nosso coração.
Dói muito ver as pessoas partir tão precocemente, claro que dói… mas dói ainda muito mais ver os nossos amigos e amigas a sentirem a dor amarguíssima da separação e a profunda aridez da saudade, saudade a que as voltas que damos no mundo acabam por nos habituar… a viver com o que temos. E neste viver, damos voltas à cabeça para descobrirmos a melhor forma de organizarmos a vida de modo a que se desenrole dentro da normalidade com fé, esperança, amor, calma e moderação. Precisamos também de dar voltas à memória para recordar o legado que esses entes queridos nos deixaram: as palavras, os gestos, as atitudes… e daí concluiremos que o mundo, se por um lado fica sempre mais pobre quando alguém parte porque o trabalho e presença desse alguém não mais o vai ajudar a crescer, mas mais rico porque, na ausência da pessoa, vemos mais claramente e interiorizamos mais capazmente as suas qualidades, que nos podem servir de exemplo e de normas de vida o que, consequentemente, nos pode servir de enriquecimento e crescimento global.
Cada pessoa é única e irrepetível, pelo que, depois de passar pelas voltinhas deste mundo, o mundo nunca mais será como dantes, porque toda a sua vida o tornará diferente, se para pior ou para melhor… a escolha é pessoal e intransmissível, urge saber e ter coragem de a fazer.
Assim sendo, neste tempo conturbado, olhemo-nos interior e exteriormente para nos conhecermos tal qual somos e perguntarmos a nós mesmos se estamos a ser, na verdade, pessoas coerentes, realizadas e capazes.
É preciso aprender a dar voltas ao coração para que o nosso amor total seja mais sincero e abrangente; a dar voltas à carteira para que o dinheiro nos chegue para as despesas do dia a dia e não nos desampare nos imprevistos do mês; a dar voltas ao meio ambiente para cuidarmos melhor das plantas e dos animais e tornarmos o mundo mais belo; a dar voltas à nossa solidariedade para partilharmos o que nos sobra com quem pouco ou nada tem; a dar voltas à nossa sensibilidade para nos alegrarmos com quem está alegre e nos entristecermos com quem está triste; a dar voltas à nossa pacatez para nos inquietarmos em tentar melhorar tudo o que nos rodeia e não dá ao mundo uma mútua aceitação, compreensão, tranquilidade, serenidade, paz e amor. Sejamos corajosos e decididos, pois só assim seremos os verdadeiros homens e mulheres de que o mundo necessita.

Hermínia Nadais

A publicar no "Notícias de cambra"

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Um resposta convincente!...

Desejo, antes de mais, felicitar a Hermínia pelo excelente texto “Começo… dos começos”. E é excelente não por estar bem escrito (mas também), sobretudo porque traduz o sentir de alguém que se encontra “livre de pressões exteriores” e “preconceitos internos”.
Seria desejável que esta postura, onde sem dúvida se ajusta a “coerência entre as palavras e atitudes” (peço-lhe, Hermínia, desculpa por a citar, mas é para que entenda o quanto subscrevo o que escreveu) se estendesse em generalidade; porém – e agora socorro-me da alegoria da caverna, de Platão – ainda não todos saíram da caverna para entender que a verdade não é as sombras que se projectam nas paredes, mas a luz que faz com que sombras sejam projectadas.
Quem habitualmente lê este jornal e está atento, poderá lembrar-se que uma vez estivemos, eu e a Hermínia, em contradita nestas páginas e agora estranhará. Saiba-se que nem eu virei católico nem a Hermínia virou espírita; sucede que quando se respeita o outro no que ele é e acredita, as diferenças são dirimidas com argumentos serenos e não com gritos e anátemas. Daí a possibilidade do diálogo, da ponte, da amizade.
O diálogo inter-religioso é realmente possível. Sendo Deus único, tem necessariamente de ser o mesmo para todos; e os seus atributos não permitem posse, logo, não é mais de uns do que de outros. Mais que pertencermos a uma determinada religião, que é algo que se estrutura no exterior do ser, importa sermos religiosos, que é aquele sentido íntimo de ligação a Deus (chame-se-lhe porventura um qualquer outro nome) e se traduz no amar o próximo como a si mesmo. Esta vivência aproxima-nos de todos e de cada um e, como diz e bem a Hermínia, faz com que nos sintamos bem entre diferentes, porque estamos de bem connosco mesmos. Acrescento que a ligação que se estabelece entre o mesmo e o diferente é tal qual a que pela alteridade se estabelece entre o próprio e o outro: esta a relação perfeita que se acha estabelecida entre Deus e Jesus, os quais não sendo embora o mesmo, estão efectivamente unados (tal como os demais e inúmeros Cristos estão).
Como bom seria também que estivéssemos unidos, não tanto nem prioritariamente na filosofia, mas principalmente na prática da caridade, como Paulo de Tarso a define, e fora da qual não há salvação.
Um abraço para si, Hermínia, e para todos quantos o aceitem de “carinho, compreensão, paz”.

A. Pinho da Silva


“Ama… e faz o que quiseres!”


Depois deste maravilhoso texto do António Augusto, o amigão que com a sua coragem, valentia e coerência me ajudou a ser muito do que hoje sou, tenho a dizer que, por mais que me custe pelos inúmeros adjectivos com que me qualifica, o subscrevo na íntegra, pois se o não subscrevesse seria mentirosa.
É um texto bem curto mas de uma dimensão tão grande que cada parágrafo é um livro.
Gostaria de chamar a atenção, sobremaneira, para algumas das suas frases. É preciso, de facto, com a maior urgência possível, que busquemos a verdade, não nas sombras que nos parece que os nossos olhos vêem, mas no verdadeiro sentir dos nossos corações a que, muitas vezes, as palavras e expressões não conseguem dar voz.
Que cada um de nós, viva como viver, tente, a todo o custo, ser, realmente, luz para os demais.
Nesta rubrica sobre espiritualidade, cuja realidade, por mais dissecada que seja, nunca se esgotará, eu queria que todos os que conseguíssemos ter a coragem de nela participar, e que espero sejam muitos e muitas, interiorizássemos nas nossas vivências, ininterruptamente, a célebre frase de Santo Agostinho que, sendo curtíssima, perfaz toda a liberdade e realização de qualquer Ser Humano: “Ama… e faz o que quiseres!”
Quem ama não magoa, muito pelo contrário, faz tudo pela pessoa amada!... Quantas atitudes menos boas seriam mudadas… na face desta bendita terra… se todos conseguíssemos, de facto, amar verdadeiramente!

Hermínia Nadais
http://textosdaescoladavida.blogspot.com

Textos publicados no Notícias de Cambra, rubrica Espiritualidade

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Como vai o mundo!


Com o nosso jeitinho de chorões confessos, a maior parte de nós passa a vida a dizer que tudo está muito mal… mas, na realidade, como vai o mundo… não sei! Tudo dependerá do olhar com que o virmos. Se o olharmos com os olhos da maldade, vê-lo-emos tremendamente mau; se usarmos o olhar de quem procura ver só o bem, encontraremos muitas coisas boas; se, contudo, preferirmos encarar a realidade, veremos comportamentos e acontecimentos bons e menos bons e atitudes das mais variadas índoles.
A experiência pessoal e colectiva vai-nos alertando, em cada dia, de que nada poderá ser considerado totalmente mau quando o Homem quer crescer, pois os problemas no ontem resolvidos, no hoje deixarão de ser “problemas” para se virem a denominar de maravilhosas “conquistas”.
Todos desejamos sucessos tranquilos, e está muito certo, pois não podemos ser masoquistas. Mas se observarmos um pouco a nossa maneira de ser e estar, num curto espaço de tempo concluiremos que o bem-estar prolongado, que à partida é muito bom, nos instala no nosso cantinho e nos fecha de tal forma os horizontes que começamos a pensar apenas no prazer imediato com a inevitável sensação de vazio e cansaço interior, pois a felicidade provinda dessa forma será sempre efémera e passageira.
Temos de ter consciência de que os problemas em demasia nos arrasam, mas temos de convir que uma vida sem problemas também não ajuda em nada a nossa realização pessoal. A sabedoria popular diz que uma pessoa sem problemas tem o enorme problema de não ter problema nenhum – porque assim estagna, não cresce.
Os problemas a enfrentar serão tanto maiores quanto menor for a nossa preparação para a vida. Aliás, é a resolução de problemas que nos prepara para a vida, ou melhor dizendo, o desenrolar da vida é uma constante resolução de problemas, pelo que não podemos pedir a não existência de problemas, mas a capacidade para os resolvermos com sucesso.
O mundo é um jardim florido onde o espaço, comida e tecto para todos falha para muitos apenas pela intolerância, avareza e desamor de uns tantos.
É preciso dizer aos ricos que pensem nos pobres, mas urge dizer aos que se dizem pobres que têm de lutar pela vida, que não podem cruzar os braços para continuar a esperar por subsídios… que já são demais. A vida vale pelo que sofrermos por ela. É muito fácil aos que se dizem pobres criticar os ricos, mas a verdade é que o mundo nunca crescerá com parasitas da sociedade… que é o que são muitos dos que se dizem pobres… aliados aos “ricos vadios” que nada produzem e só gastam.
A sociedade tem o dever de olhar muito bem pelos doentes e velhinhos, mas tem de fazer tudo para levantar a moral dos mais desprotegidos, sejam eles ricos ou pobres, aqueles para quem a vida é sempre um drama… a maior parte das vezes… simplesmente… porque nunca tiveram quem os ajudasse a aprender a viver. Que quem de direito… seja generoso na ajuda!

Hermínia Nadais
A publicar no "Notícias de Cambra"

quarta-feira, 14 de abril de 2010

O COMEÇO… dos começos!

Foto de Herculano Nadais

Quando se fala em espiritualidade vem-nos à mente a religião, e quando se fala em religião aflora-se-nos um sem número de crenças à volta das quais os homens e as mulheres se aglomeraram e vão aglomerando para dar vida às inúmeras religiões que, duma ou outra forma, tentam mostrar à humanidade razões de viver, caminhos para a vida, eternidade feliz para além da morte física ou então um faz tudo quanto puderes neste mundo porque quando morreres, acabas!
Por mais que queiramos fugir destas realidades elas fazem parte do ser humano que somos no mundo onde vivemos que é o mesmo que dizer, fazem parte de nós… aglomerados de células materiais ajustadas entre si e animadas por algo que não vemos mas sentimos e a que chamamos alma ou espírito. Daí que o Homem, Ser Humano, é um ser crente por natureza, que tem necessariamente de acreditar em alguma coisa, porque mesmo quando um homem ou mulher diz que não acredita em nada… é nesse nada que acredita… o que é também, sem sombra para dúvidas, uma crença. Como Seres Humanos que somos, irremediavelmente temos alimentar-nos de uma crença, não podemos fugir desta realidade.
Estamos numa época em que o mundo cada vez nos parece mais pequeno e global. As notícias correm tão velozmente que nos entram em casa quase no momento exacto em que acontecem. A informática está tão desenvolvida e as pessoas têm tantos saberes que descobrem os segredos melhor guardados e põem a descoberto os mais díspares comportamentos. A tendência terrivelmente negativa de quase virem a lume as atitudes mais perversas em detrimento de tantas outras dignas e dignificantes feitas no anonimato e que nunca serão notícia, é uma realidade.
Perante esta sociedade tão astuta e exigente começa de se sentir necessidade de um esforço muito grande para acabar com as máscaras, pois as pessoas, na generalidade, estão suficientemente formadas para, face a vivências ou afirmações de outrem distinguir com alguma facilidade as falsas das verdadeiras, pela ajustada coerência entre as palavras e atitudes que têm de condizer, irremediavelmente, para serem verdadeiras.
Não podemos querer que haja máscaras no mundo, mas que cada pessoa, livre de pressões exteriores ou preconceitos internos, seja igual a si mesma e se afirme tal qual é em qualquer tempo, lugar ou circunstância. Não basta sentirmo-nos bem entre iguais, ou seja, entre pessoas que pensam como nós, é urgente sentirmo-nos muito bem entre pessoas que pensam e vivem, assumidamente, de forma diferente, numa total compreensão e respeito mútuo pelas suas diferenças.
Imaginemos que o Mundo dos homens e mulheres é um imenso jardim onde as crenças e religiões são canteiros bem floridos cada qual com suas flores específicas, e onde podemos observar tanta diversidade de canteiros com flores que a maior parte das flores nos são desconhecidas, e que é toda essa imensa e harmoniosa diversidade e beleza que torna o jardim charmoso e atraente onde, as flores que se aventurem a sair dos seus canteiros não seja para agredir as demais as para as mimar com abraços de carinho, compreensão, aceitação
e paz.
O nosso jornal aceitou por bem criar um espaço sobre espiritualidade como possibilidade de expressão e partilha de opiniões, uma forma de podermos caminhar com unidade na diversidade de caminhos com que buscamos a FELICIDADE, meta comum de todos nós, numa cada vez maior realização pessoal e comunitária. A importância de cada um não está no “ser igual aos outros” mas no “saber viver e conviver harmoniosamente consigo mesmo e com os outros” respeitando todas as diferenças.

Hermínia Nadais
http://textosdaescoladavida.blogspot.com

Rubrica "ESPIRITUALIDADE" no "NOTÍCIAS DE CAMBRA"

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Sonhos desfeitos!


A vida é sempre um sonho que se vai tornando realidade ao longo do seu decorrer. Quanto maiores forem os sonhos mais longe a pessoa poderá chegar, porque é o sonho que, realmente, comanda a vida! Se deixarmos de sonhar - não tenhamos ilusões - deixaremos de nos interessar pela vida e não chegaremos mais a lado nenhum.
Essa vida de que fomos dotados e dizemos nossa, é nossa para a vivermos na maior plenitude possível, para cuidarmos dela no seu todo material e espiritual o melhor que pudermos e soubermos, para a pormos ao serviço dos outros quanto mais totalmente melhor, mas alongá-la, um minuto que seja, não é mais obra nossa mas de Quem no-la concedeu.
Neste canto do mundo onde normalmente passo os meus dias fechados sobre si mesmos em trabalhos e canseiras das mais variadas índoles, chegam-me notícias de todo o mundo com relativa facilidade, mas o que se passa à minha volta num meio ambiente mais ou menos próximo, é difícil cá chegar. Esta foi a razão porque, somente hoje, num telefonema que fiz à redacção deste Jornal para tratar de assuntos pendentes, fui informada da última e definitiva partida do nosso muito querido Comendador Aníbal Araújo.
Homem arrojado que transformou sonhos em realidades, que soube correr mundo e conviver com as mais altas esferas unindo povos irmãos, que tão graciosamente repartiu haveres com quem deles necessitava, que suportou corajosamente as intempéries da vida sem nunca vacilar ou esconder o rosto, que foi íntegro até ao último momento negando tudo quanto pudesse manchar a sua alta dignidade de Ser Humano que não queria, sob que pretexto fosse, ultrapassar as regras do bom comportamento moral e cívico por que sempre se pautou.
Amigo, que escondia no seu porte seguro e semblante duro os cuidados mais desvelados e o maior carinho e atenção por toda a gente, em especial pelos familiares, amigos e colaboradores mais próximos.
A sua dedicação à Comunicação Social Regional e não só foi até ao extremo. Partiu cedo demais, e deixa entre nós um grande vazio, difícil de superar.
Que todos, mas principalmente os seus familiares, sejam repletos de todas as graças necessárias para que se possam recompor, o mais rápido possível, de tão desmedida e irreparável perda que acarretou consigo tantos sonhos, desfeitos!
Grande e incomensurável Senhor Comendador Aníbal Araújo: o Notícias de Cambra deve-lhe a vida! O povo cambrense ser-lhe-á eternamente grato e ficará eternamente presente nos nossos corações!
Que Quem tão cedo o levou de entre nós o faça imensamente feliz, na Pátria Eterna. Depois de tantos trabalhos e canseiras, GRANDE AMIGO, descanse em paz!


Hermínia Nadais
A Publicar no "Notícias de Cambra"

domingo, 28 de março de 2010

Páscoa, felicidade e amor!


Estamos nos últimos dias que nos separam da vivência de mais uma Páscoa, festa universal que nos levará a todos, como o termo indica, a alguma passagem, que se de mais não for, será de alguns dias um tanto diferentes dos demais.
A festa da Páscoa, que data dos tempos mais remotos, é universal, muito embora vivida por cada povo bem à sua maneira.
Neste cantinho do mundo, nós, portugueses, que nos orgulhamos de ser um País de índole cristã acentuadamente católica, o como vivemos a Páscoa é um ponto a considerar. Longe vai o tempo dos longos sermões e sentimentais vias-sacras a preencher os domingos da Quaresma, e da Semana Santa cheia de representações com pessoas magoadas até ao choro, seguidas de domingos de Páscoa acordados pelo alegre repicar dos sinos com a Cruz levada em júbilo pelas ruas de visitas às habitações onde a miudagem se alegrava até ao fundo do coração com uma pequena fatia de pão-de-ló e algumas amêndoas que o Padre docemente lhe deitava nas mãos… e coma visita dos padrinhos que esperava ansiosa lhes adoçasse um pouco mais a boca com a oferta de mais algumas amêndoas.
O saudosismo abala muita gente que se amofina porque agora tudo está diferente, mas temos que convir que muitas dessas vivências eram puramente ritualistas, e quanto a lágrimas, não eram só de pena do sofrimento de Jesus mas também de pavor pelo castigo que iriam receber de Deus pelos desvarios cometidos. E foi neste tipo de educação cristã que a maior parte dos mais que cinquentões viventes cresceram.
Não quero que isto possa ser visto como crítica, que não é, pois pretendo apenas recordar o que foi a nossa realidade… realidade que teremos de ver como berço dos nossos filhos e netos para não nos revoltarmos tanto com a realidade dos nossos dias.
A maior parte dos nossos pais e avós não sabiam ler nem tinham quaisquer estudos, não tinham jornais, rádio, televisão nem internet e os transportes eram escassos, situações desfavoráveis ao conhecimento de outras culturas e desbravamento de outros horizontes, pelo que se mantiveram sempre debruçados sobre si mesmos.
A maior abertura ao estudo aliada à implementação da comunicação social e meios de transportes parece-nos ter colocado o mundo do avesso, mas não. O mundo é belo e bom, e a massa humana não está tão mal como parece, nós é que temos o péssimo hábito de ver primeiro o que está mal e acabamos por ver só o mal.
Se nesta Páscoa que atravessamos passarmos a ver primeiro o bem, descobriremos em nós e nas pessoas que nos rodeiam coisas muito boas e o mundo parecer-nos-á muito melhor.
Vivemos na busca constante da felicidade, uma utopia nesta etapa da vida que de felicidade nunca nos dará mais do que alguns momentos, que serão tanto maiores e melhores quanto mais, esquecidos de nós mesmos, nos dedicarmos a compreender, aceitar e conviver com quem nos rodeia com muito amor, carinho e dedicação.
Para todos, montanhas de felicidade numa Páscoa de amor!

Hermínia Nadais
A publicar no Notícias de Cambra

segunda-feira, 8 de março de 2010

Incoerências, não!...


Eclodindo dos germes da vida os seres humanos vão crescendo numa busca constante de todos os cuidados a fim de se tornarem capazes e saudáveis. Contudo, os maiores cuidados a ter não se prendem com questões corporais específicas visivelmente palpáveis, mas com curas a efectuar pelas próprias pessoas, no mais íntimo de si mesmas, naquele lugar sagrado a que chamamos coração, onde se encontra a verdadeira raiz de todo o nosso viver e donde brota toda a infelicidade ou felicidade no rumo da nossa vida
Não temos dúvidas de que o bem e o mal, a que fomos presos desde o primeiro momento, caminharão connosco lado a lado, por onde quer que andemos, de mãos dadas. Não há notícia de alguém que tenha necessitado de qualquer esforço para praticar o mal… mas temos inúmeros testemunhos de coragem e persistência na luta pela prática do bem, pelo que temos de convir que o mal é bem mais ágil e astuto do que o bem.
Para que haja um bom desenvolvimento global de cada pessoa urge termos em conta, a par da saúde física e de uma boa preparação psicológica, uma boa formação espiritual e moral, no sentido de que os seres humanos possam ir discernindo gradualmente as boas regras de comportamento pessoal determinantes de um comportamento social mais ou menos aceitável conforme a livre vivência dessas boas regras de vida que cada um tiver interiorizado.
Quando se diz que “a educação começa vinte anos antes da criança nascer” é porque, normalmente, o filho ou filha, são o reflexo da educação dos pais que, sem se aperceberem, lha vão transmitindo das mais diversas formas.
Quanto mais pequeno é o bebé, dada a sua inatividade e capacidades inatas, mais facilidade tem de apreender o que ouve, vê e sente, o que a grande maioria das pessoas continua a desvalorizar e, por isso, há sempre comportamentos menos bons que o pequenino ou pequenina acabam por absorver sofregamente qual esponja seca quando encontra água, o que posteriormente os poderá influenciar a cair, inadvertidamente, em erros comparados com os dos pais.
Não podemos exigir dos outros um comportamento que nós próprios não tivemos ou ainda não temos. Para compreender o comportamento alheio, o melhor é olharmo-nos interiormente de modo a verificar que também nós cometemos erros... e assumir de uma vez por todas, acima de tudo, a nossa falta de coragem de nos reconhecermos errados.
Que os pais vivam como pais… os filhos como filhos… os patrões como patrões… os padres como padres… as freiras como freiras… os empregados como empregados… os amigos como amigos… enfim: o mundo será muito mais humano se cada pessoa se esforçar ao máximo para ser coerente consigo mesma, vivendo cada vez mais de acordo com os princípios que livremente tiver escolhido e assumido… porque isto de parecer… e não ser… é uma mentira de tal tamanho que arrasa completamente tanto a quem a vive como a quem a sofre pelo mal-estar da mentira vivida!
Não sejamos mornos! Especificamente, há o quente… e há o frio! Incoerências… não!

Hermínia Nadais
A Publicar no "Notícias de Cambra"

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Há muita falta de espelhos!...


Nas últimas décadas temos assistido e um enorme desenvolvimento a todos os níveis, principalmente na tecnologia da comunicação e meios de transporte que vão acentuando a passos largos, no dia a dia do mundo, a ideia de uma aldeia cada vez mais global e globalizante.
Vivemos num pequeno país da imensa Europa que muitos dizem de valores perdidos, mas em que muitos outros põem toda a confiança de um futuro mais risonho e promissor para todos, pois todos têm o direito ao bem-estar e felicidade.
Como quando há uma tempestade se espera pela bonança… talvez os nossos inúmeros problemas estejam prestes a extinguir-se! Mas não podemos ficar à espera que sejam os outros a resolvê-los. Temos de por e render todas as nossas capacidades, físicas, intelectuais, culturais, morais… colocando-as ao serviço do bem comum… na atenção a dar a nós mesmos e a quem nos rodeia, no trabalho feito com amor, no descanso por necessidade, na solidariedade e partilha a quem precisa de uma palavra, um gesto, um carinho, um sorriso… mas conscientes de que nada disto veste corpos nem enche estômagos famintos… é preciso muito mais… muito mais do que o dinheiro ou bens que os remediados e pobres partilham com muito boa vontade, mas que não chega!
Admiro-me muito quando ouço criticar e prender certo tipo de ladrões… os que se aventuram a actuar nas ruas, nas casas, nos cafés ou até mesmo nas instituições bancárias, e pagam na cadeia e muitas vezes com a vida a malvadez dos seus actos… enquanto os desviadores de tantos milhões que deveriam ser utilizados para o bem-estar de todo o povo português… e chegavam bem para isso… continuam bem vivos e à solta… sem ninguém que os castigue ou lhes diga “basta”!
Conscientes de que o bem e o mal caminham connosco lado a lado, se não lutarmos por praticar o bem o mal toma logo conta das nossas acções e acaba por fazer de nós os maiores egoístas e malfeitores… e a maior parte das vezes cheios de sorrisos, de boas maneiras e falinhas mansas… numa hipocrisia inconcebível!...
É urgente termos o conhecimento exacto da honestidade que devemos ter nos cargos que ocupamos, sejam eles quais forem, onde deverá haver o mesmo peso e a mesma medida para todos os cidadãos, indiferentemente da sua condição social, ideologia, raça, credo ou cor! Todos somos gente, e toda a gente tem responsabilidades no lugar que ocupa na sociedade – pois somos seres sociais que dependemos uns dos outros!
Em vez de evidenciarmos o que vão fazendo de bem falamos mal de tudo: do Governo, das Autarquias, da Segurança Social, dos Tribunais, dos Advogados, dos Médicos, dos Enfermeiros, dos Professores, dos Alunos, dos Funcionários Públicos, dos Bancários, dos Comerciantes, dos Industriais, dos Patrões, dos Empregados… dos bêbados, dos drogados, dos malandros e dos “tarados”… que somos todos nós que passamos a vida a criticar os outros e sem um “espelho” que nos ajude a ver claramente o nosso comportamento real.
O aumento da compreensão, solidariedade e fraternidade humana devia acompanhar o desenvolvimento cultural e tecnológico. No mundo há bens materiais mais que suficientes para que todos vivam sem necessidades, mas enquanto houver, ricos ou pobres, orgulhosos… avarentos… presunçosos… preguiçosos… o mal-estar e a miséria continuarão a existir. E para quê tanta ganância… se nada no mundo é totalmente nosso! Se tivéssemos a coragem de olhar profundamente e “com olhos de ver” o que aconteceu na nossa Ilha da Madeira, no Haiti, e em tantos outros locais arrasados pelos distúrbios da Natureza… saberíamos muito bem como fazer o mundo feliz!

Hermínia Nadais
A Publicar no Notícias de Cambra

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A barca da perdição!


Hoje, numa situação muito especial, alguém afirmou que é preciso sair da barca da perdição. Esta frase serviu-me de tema para mais uma reflexão sobre algumas das particularidades do ser humano, perito em importâncias, daí ceder muitas vezes à tentação de olhar os seus congéneres de cima para baixo, comportamento que lhe concede a maior de toda a mesquinhez.
Estou careca de ouvir dizer que o mundo está muito mal, que as pessoas são muito más e que é preciso que encontrem o verdadeiro caminho… mas sinto que muito pouca gente mostra o caminho verdadeiro com obras em vez de palavras… e se com palavras… com palavras que sejam o reflexo de uma vida austera, íntegra, caridosa, cheia de compreensão, doação e amor, que seja um exemplo a seguir calma, segura e confiadamente.
Mais do que nunca é imperioso acabarmos com muitas das nossas ilusões. Não vale a pena passarmos a maior parte da vida a dizer aos outros que é preciso alterarem os seus comportamentos … mas é urgente fazermos uma análise profunda aos nossos… que são os únicos que podemos alterar.
Palavras leva-as o vento – é um ditado muito velho e que cada vez se torna mais evidente – pois as lições de moral, se não são dadas com a vida, nunca serão lições, antes, transformar-se-ão em perdições.
Se tivermos em conta o que acontece connosco quando somos criticados… se analisarmos a revolta sentida e o desencadear de sentimentos negativos e negativistas… e muitas vezes mesmo o enorme desânimo e agressividade… ficaremos certos de que as críticas pelas críticas, ainda que sejam feitas com muito boa vontade, não levam a lado nenhum. Se pelo contrário, enveredarmos pelo lado do elogio, o sucesso será evidente, pois toda a gente tem necessidade de ser reconhecido como capaz.
A mudança de comportamento das pessoas não está nas chamadas de atenção para os seus erros, mas para as suas boas acções.
Sabemos que umas mais que outras, mas todas as pessoas têm comportamentos mais ou menos salutares. Importa descobri-los, valorizá-los, mostrá-los, pois ainda que sejam coisas insignificantes, se as valorizarmos, podem ser melhoradas e multiplicadas no mais curto espaço de tempo! Uma pessoa valorizada faz tudo por transformar a sua vida, pois se por mais não for, será para continuar a ser elogiada e reconhecida no aperfeiçoamento das suas capacidades. O ser humano cria hábitos, e se a pessoa se habituar a sentir-se feliz ao praticar o bem, vai continuar a praticá-lo, não tenhamos dúvidas.
Como não pretendo iludir ninguém, quando faço afirmações… é porque já as tenho experimentadas!
Se formos sinceros e sinceras na análise cuidada de todos os nossos actos… verificaremos que a pior das barcas da perdição é a que se encontra bem dentro de cada um de nós… sejamos nós quem formos.
Se cada um de nós tivesse a sabedoria e a coragem de lutar contra os seus próprios defeitos e de amar todas as outras pessoas aceitando misericordiosamente todos os defeitos que elas possam ter… o mundo seria muito melhor. Então, não esperemos mais, sejamos valentes para podermos mudar as nossas atitudes de vida… e tornar o mundo mais realizado, humano e feliz!

Hermínia Nadais
A publicar no Notícias de Cambra

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Pessimismos, não!



A educação através dos tempos vai sofrendo alterações consideráveis. Urge, por isso, estarmos atentos aos sinais de mudança para acompanharmos convenientemente o desenvolvimento e nos mantermos actualizados.
Quando eu era criança – há que tempo isso já vai - em vez de sermos educados para desenvolver capacidades levavam-nos a aprender a corrigir erros, o que nos levava a ver sempre tudo pelo lado negativo… que acabava (e acaba) por ser o maior de todos os erros… uma verdadeira aberração!...
Porém, o ditado popular “O que o berço dá, a tumba o tira”, nem sempre é verdadeiro. O decorrer da vida dá-nos muita experiência… e por acções continuadas de tentativas e erros acabamos por verificar que ver o mundo pela negativa não funciona de jeito nenhum: tira-nos as perspectivas de vida, estagna-nos, faz-nos olhar só para nós mesmos e julgarmo-nos melhores do que os outros… fazendo de nós uma de entre as poucas pessoas boas no mundo… e isso não é verdade!... Todas as pessoas têm a sua parte boa e a menos boa, se assim não fosse não seriam humanas!
Todas as pessoas, acontecimentos e comportamentos apresentam sempre duas visões opostas entre si. Se olharmos só o lado mau veremos tudo preto; se olharmos só o lado bom veremos tudo cor-de-rosa… mas se olharmos muito bem lá no fundo temos a certeza de que nem tudo é preto nem tudo é cor-de-rosa, há preto com manchas cor-de-rosa e cor-de-rosa com manchas pretas... mas ainda assim… em qualquer das situações, dependerá sempre da forma como eu vir as coisas que poderei ou não valorizá-las. Eu poderei sempre olhar as “lindas manchas cor-de-rosa”, no preto... ou o “lindo fundo cor-de-rosa”… que o preto manchou.
Neste contexto, podemos concluir que, de entre as muitas realidades horripilantes que nos rodeiam, sempre encontraremos comportamentos muito louváveis que é preciso descobrir e valorizar. E quanto a isso acho que já estamos a encontrar o bom caminho, porque por todo o lado encontramos comportamentos positivos de sobra, há que incentivá-los.
Ainda não compreendi porque não vemos nada de bom na sociedade actual… nos Governos… nos Tribunais… na Segurança Social… na Igreja… na Escola… nas Pensões Sociais… em tantas instituições… e em tantas pessoas!...
Não tenhamos ilusões! Não são as críticas que corrigem as pessoas… e muito menos as críticas destrutivas. Se temos a certeza que “O sonho comanda a vida”, sonhemos! Sonhar é ver o lado bom das coisas, é procurar em primeiro lugar, em todas as pessoas e em todos os acontecimentos o que têm de bom, e enaltecer, elogiar esse bom.
Um elogio cai sempre muito bem em quem o ouve e enobrece quem o faz. É uma forma de valorizarmos as pessoas e de as incentivarmos a ser melhores.
Se tratarmos muito bem as flores do jardim não gastaremos tempo a tirar as ervas ruins, porque elas morrerão por falta de espaço para crescer. Do mesmo modo, se enaltecermos as qualidades das pessoas ou das instituições (que são geridas por pessoas), as qualidades dessas pessoas fortalecer-se-ão de tal modo que acabarão com os defeitos, irremediavelmente.
E por que não… tentar a experiência? Pessimismos… ai isso é que não!...

Hermínia Nadais
A publicar no "Notícias de Cambra"