Cada
“Ser Humano” é um todo, corpo e espírito, que tem de se preocupar por
desenvolver capazmente todas as aprendizagens que possam enriquecer estas duas
vertentes que o perfazem.
Temos
a tentação de pensar por demais no corpo! Mas, “o mais importante é invisível
aos olhos!” O corpo, qualquer que seja a sua realidade física, cor dos olhos,
dos cabelos ou da pele, será sempre e apenas o cartão de visita da pessoa neste
mundo físico onde todos vivemos e onde cada um, da concepção à morte, tem o seu
lugar específico e o maior valor que se possa imaginar.
A concepção e a morte são os dois maiores acontecimentos
físicos do “Ser Humano”, pois quem foi concebido, morrerá, irremediavelmente.
Daí, a enorme gravidade da provocação do aborto, que tira à pessoa a
possibilidade da sua realização pessoal, e ao mundo o poder usufruir de todo o
bem ou mal que essa pessoa poderia vir a fazer. Ainda que haja pessoas que nos
pareçam menos boas ou mesmo más, são “Seres Humanos” com defeitos e qualidades
que nos podem ajudar a crescer como quaisquer outros. Crescemos com o bem que
nos encoraja e com o mal que nos leva a aceitar, rezar, compreender e perdoar.
Se… em
vez de passarmos a vida a tentar encontrar o maior bem-estar e a arranjar
soluções para a fome, frio, nudez e tudo o que nos afecta o corpo, déssemos
prioridade ao cuidar seriamente da nossa espiritualidade, seria muito mais
fácil resolver e ultrapassar todos esses problemas.
Em
tempos idos, perante pessoas psicologicamente afectadas, já se reconhecia a
dualidade corpo/espírito utilizando a expressão “mente sã em corpo são” ou
“corpo são em mente sã”. Evidenciava-se ainda o “filho de burro sai cavalo” ou
o “tal mãe tal filha”, para culpar o factor hereditário e a educação. Hoje, a
essas situações comportamentais em que “os olhos falam do que o coração sente” e
que por mais que nos esforcemos nunca conseguiremos reconhecer perfeitamente,
chamamos distúrbios emocionais, stress, depressão. Mente, coração, alma,
psiquismo, é tudo quanto só pode ser sentido no mais profundo das pessoas, no
seu interior ou espírito! Mas, é delas que nasce a alegria ou tristeza, sucesso
ou frustração, sabedoria ou ignorância, força de vontade ou indolência… tudo
quanto ajuda a justificar a sua verdadeira educação e a formar a verdadeira personalidade, o que
a pessoa realmente é.
Cada
pessoa é sempre o resultado da sua luta interior entre o bem e o mal, essas duas
forças antagónicas e persistentes que determinam tudo quanto expressa nas suas
atitudes corporais. Aprender a dominar os maus instintos, a fazer boas escolhas
e a ter força para praticar o bem é trabalhar a interioridade.
Se não
somos bebés, crianças, adolescentes ou jovens para termos ao nosso lado algum
adulto que, melhor ou pior, nos vá apontando escolhas e aplanando caminhos,
temos que aprender a trabalhar cada vez melhor a nossa interioridade, até a última
das aprendizagens, a morte!. Que Deus nos ajude!
In "Notícias de Cambra"