segunda-feira, 24 de setembro de 2012

ONDE O DINHEIRO ENTRA… DESAPARECEM OS VALORES!



Quando o Homem pensa demais no dinheiro deixa-se embriagar por ele e comete as maiores loucuras.
Hoje, e novamente, deu-me para pensar nas promoções nitidamente exageradas dos nossos mercados principalmente a nível dos géneros alimentícios, que são os de primeira necessidade em qualquer vida.
Claro que estou a referir-me às grandes e médias superfícies, pois do comércio tradicional os tempos áureos há muito se foram, e por mais que o queiram e necessitem, não é por aí que conseguem aumentar o seu número de clientes.
Quando começaram a entrar no País os Continentes e afins, tive a nítida sensação de que, face ao que se observava a olho nú, o comércio tradicional só conseguiria aguentar a pancada com a formação de cooperativas, mas diga-se com verdade que isso de cooperativismo nunca foi apanágio do povo português.
Mantive-me fiel ao abastecimento da despensa familiar no referido comércio tradicional enquanto pude, até que entrei num desses mercados onde havia de tudo sem ser necessário vaguear pelas ruas na busca de merceeiro, frutaria, salsicharia, talho ou peixaria… situação que facilita muito a vida de quem tem que ir às compras. Mas… temos que estar com os olhos bem abertos e a cabeça a pensar, para não nos afogarmos nas enxurradas.
Sempre fui muito atenta aos preços. Não por necessidade veemente de economia nitidamente familiar, pois temos tido largamente que baste, mas por estar consciente de que devemos viver com o necessário uma vez que o que sobra, moralmente falando, será pertença de quem tem menos do que nós. Quem puder entender… que entenda!
Analisando bem as situações, antes desses grandes espaços comerciais não tínhamos sequer acesso a muitas coisas que nos deliciam os sentidos, e isso foi muito bom!...
Mas… deixem-me que vos diga! Num passado bem recente… antes dessas promoções malucas que o Pingo Doce inventou, pagávamos o arroz carolino da marca da casa a cinquenta e seis cêntimos o quilo… e agora pelo quilo do mesmo arroz temos que pagar setenta e quatro cêntimos. E não vale a pena enumerar situações idênticas a esta, pois cada um tem olhos e cabeça para ver, pensar e olhar por si.
Perante tudo isto, acho pertinente repetir aos consumidores que abram os olhos… porque “quem dá leva sempre um saco”!
Pessoas altruístas, existem, mas normalmente não estão metidas nestes ambientes comerciais... onde ninguém dá nada a ninguém. Por isso, urge interiorizar que é hora de darmos oportunidade a quem possa travar estas e outras injustiças.
Não tenhamos ilusões de que, se essas grandes e médias superfícies que tanto palmilhamos acabam de vez com os pequenos comerciantes que ainda vão resistindo… ficamos como dantes, prisioneiros do que eles quiserem que paguemos!...
Antes de tomar a decisão de trazer de novo a lume este tema, tive o cuidado de percorrer várias superfícies de grande porte… e em todas encontrei a mesma técnica: preços acentuadamente baixos numa pequena exiguidade de produtos, e na sua grande maioria preços idênticos ou mesmo iguais.
Acho que é tempo de olharmos mais a sério pelos nossos interesses e tentar não nos embriagarmos com o dinheiro fácil, para não termos que sofrer com o “quem tudo quer… tudo perde!”
Muito Boas Férias… para quem as puder gozar!
Já agora, para quem a vida estiver mais dura… basta mudar um pouco de ocupação para se poder descansar, porque isto de férias em loucuras e correrias… não preparam ninguém para um novo ano de trabalho frutuoso. Por isso mesmo, resta-me desejar a todos, do mais fundo do coração, muito discernimento, sabedoria e bem-estar!   

 In "Notícias de Cambra"