domingo, 29 de maio de 2011

Ah!... meu Portugal!...

O que te irá acontecer... eu não sei! E por mais que me proponha escutar os políticos, os críticos e os que se julgam entendidos… menos certezas tenho do que irá, de facto, acontecer-te.
Tenho pensado muito na sabedoria popular tantas vezes desprezada e que, a brincar, nos vai dizendo um sem número de verdades que, se atempadamente interiorizadas, certamente que tudo estaria bem melhor para o povo português.
A esta parte, vou partilhar a minha interacção com os provérbios, a começar por um que me parece deveras elucidativo: “Cada um tem o que merece!”
Partindo do princípio que isto é verdade… pelo que está a acontecer connosco… é muito urgente começarmos a pensar e agir de forma diferente daquilo a que estamos habituados… para merecemos, realmente, uma vida familiar, pessoal e social que nos dê um pouco mais de compreensão, harmonia, paz e bem-estar.
Há outro provérbio que também julgo de suprema importância: “ Cada um dá do que tem!”
Perante esta certeza… além de muitas outras situações em que me tenho visto embaraçada, quando me ponho a pensar onde vou deitar a cruzinha no dia 5 de Junho… depois de analisar profundamente muitas das maravilhosas qualidades que todos os nossos políticos têm, irremediavelmente, surgem-me também os defeitos… e no final da reflexão pergunto-me que raio de portugueses somos nós para darmos ao nosso País uns políticos tão radicais, desleixados, imprecisos, incoerentes, sonhadores, indecisos, faladores, críticos, cínicos, pessimistas, optimistas, preguiçosos… terrivelmente difíceis de aceitar… de compreender… e de escolher?!...
Sinceramente, ‘se cada um dá do que tem’, parece-me que temos muito pouco para dar.
Vou recordar ainda mais um provérbio: “O que fazemos é o espelho daquilo que somos!”
Para conseguir interiorizar a mensagem desta pequena frase… faz tempo… muito a custo… comecei a aprender a pôr-me muitas vezes frente ao espelho… aquele espelho em que muito claramente nos olhamos sem espelho nenhum!...
Custou-me muito…e ainda hoje me custa muito! Isto de termos que admitir que somos culpados quando somos culpados… e que ainda temos poucos conhecimentos, pouca experiência e maus feitios… dói demais! Mas é a única forma de nos modificarmos. Nunca iniciaremos sequer a luta contra os nossos defeitos e o aperfeiçoamento das nossas qualidades se não tivermos a coragem de nos olharmos tal qual somos, com qualidades e defeitos.
Se todos os portugueses conseguissem ver a sua própria actuação na situação do País à sombra deste provérbio… como tudo seria diferente!... Os cidadãos e cidadãs assumiriam os seus erros e deixariam de criticar os políticos, e cada político olharia mais para si mesmo no sentido de saber assumir as suas próprias culpas e deixaria de falar tanto dos defeitos e erros dos outros; e quando sentisse felicidade por ver as suas capacidades reconhecidas, ganharia coragem para enaltecer as qualidades dos outros.
Somos seres sociais por excelência, e no bem ou no mal da sociedade, acreditemos ou não, todos somos culpados, como políticos ou como simples cidadãos comuns. Ninguém pode ficar de fora! Por isso, mudemos, sem demora, a nossa forma de ver e de viver, para que possamos ter melhores perspectivas de vida.

Hermínia Nadais

A publicar no "Notícias de Cambra"

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Estou cansada!...

Não sei como começar… nem o que dizer. Parece que vejo tudo escuro como a noite… e não consigo vislumbrar sequer um pequeno raio de luz. E não são efeitos da crise... são efeitos daquelas crises que às vezes nos batem à porta e das quais não conseguimos mais sair sem que o tempo nos cure das amarguras sentidas.
A vida tem inúmeros imprevistos… e quando pensamos cortar botõezinhos de lindas rosas… esquecemos de que as mais belas rosas também têm agudos espinhos com que temos de conviver.
Por falar de rosas, estamos em pleno mês de Maio com toda a beleza que o circunda… este ano manchada pela barafunda de uma desagradável campanha eleitoral.
A esta parte… confesso que estou cansada! Cansada de ouvir políticos aos berros, a criticar uns aos outros, a apontar defeitos e a prever situações ainda mais precárias do que aquelas em que inúmeros portugueses vivem; cansada de ouvir falar de crise… e de ver, ao lado de grandes dificuldades que poucos tentam ajudar a resolver, cafés e restaurantes a abarrotar e grandes superfícies cheias; estou cansada de dizer que é urgente, acima de tudo, mudar mentalidades criando hábitos mais salutares de trabalho e de contenção de gastos a todos os níveis; estou cansada de dizer que o mais importante é invisível aos olhos e por isso mesmo as pessoas devem interessar-se mais com o ser coerentes, amigas e honestas, do que com o ter muito dinheiro e haveres; estou cansada de dizer que, se todos fossemos capazes de colocar os interesses dos outros, se não acima, ao lado dos nossos… o mundo seria muito mais humano e acolhedor e os corpos nunca ficariam nus nem nas mesas faltaria pão.
Quando oiço falar em recessão… fico apavorada… pois a riqueza mundial não pode ter desaparecido! Está, com a maior de todas as certezas, na mão de meia dúzia de magnates que passam a vida esquecidos de que, quando os seus corpos cansados e deteriorados pelo tempo tiverem que baixar ao pó de onde todos os corpos saíram e para onde todos os corpos vão, não levam nada com eles e só não vão de mãos a abanar porque os ricos caixões onde vão metidos lhas aconchegam no seu seio.
Para quê… tanta ganância! Para quê… tanta preguiça! Para quê… tanta mentira e confusão! Para quê… tantas ocupações e ordenados sobrepostos ao lado de tantas pessoas desempregadas! Para quê… tanta alimentação estragada com tantas pessoas a passar fome! Para quê… tantas incompreensões e devaneios!...
Não sei! E não sei se quero saber… pois quanto mais sei mais me preocupo, e como as preocupações não levam a nada… de que me adianta saber???
Vivemos num país que se ufana de ser católico! Contudo… quando me chegam descrições de comportamentos de japoneses face à enorme catástrofe natural que abalou o Japão, pergunto-me a mim mesma por onde anda o catolicismo da esmagadora maioria dos portugueses!...
De nada adianta dizer que somos católicos… é preciso, sim, portarmo-nos como católicos que dizemos ser! Mas não de brincadeirinha, católicos verdadeiros, a viver segundo as regras que Jesus Cristo viveu e nos legou!
Que Ele, pela Sua infinita misericórdia, esteja presente na cabeça, no coração e na vida dos portugueses, para que destas eleições saia algo de bom para a felicidade de todos nós!

Hermínia Nadais


A Publicar no "Notícias de Cambra"

domingo, 8 de maio de 2011

HOMEM... admite-te tal como és!...

É voz corrente que o mundo está muito mau ou muito mal. As catástrofes naturais são cada vez mais uma constante, facto que muitas vezes se atribui ao comportamento humano no seu enorme desenvolvimento, mas o mundo não pode ser visto só pela instabilidade do clima. A instabilidade das razões e dos corações é muito mais forte.
Eu, muito sinceramente, diria que o Homem não está tão mal nem tão mau como é apresentado diante dos nossos olhos!
Todos temos qualidades que urge implementar e defeitos que urge erradicar. Mas, de uma maneira quase geral, temos a tendência natural de minorar as pessoas que nos rodeiam… uma forma camuflada de tentarmos evidenciar algumas das qualidades de que fomos dotados.
Este nosso comportamento é totalmente errado. Quem tem de reconhecer publicamente a existência das nossas qualidades são as pessoas com quem convivemos, e nunca nós. A nós cabe-nos somente pôr tudo o que somos e temos ao serviço dos outros, tendo como auto-reconhecimento das nossas boas acções apenas os profundos sentimentos do dever cumprido que nos encherão a consciência de paz e tranquilidade. São os acontecimentos com que nos deparamos na vida que nos dão esta certeza.
Hoje é o dia 1 de Maio, Dia Mundial do Trabalhador, que coincidiu com o segundo Domingo de Páscoa ou Domingo da Divina Misericórdia, assim proclamado pelo saudoso Papa João Paulo II na celebração do Ano Jubilar de 2000. Providencialmente, este Papa partiu para o Pai na tarde do dia 2 de Abril de 2005, vésperas de Domingo da Misericórdia. E mais uma vez, para lhe conceder a honra de Beato, foi escolhido o Domingo da Divina Misericórdia.
Quem teve a dita de poder estar atento à televisão pode ver inúmeras imagens do Vaticano, a abarrotar de gente provinda dos mais diversos cantos do Mundo… gente com os mais divergentes gostos e interesses… à volta daquele que passou a vida gritando aos corações que abrissem as portas, que escancarassem as portas a Cristo.
Não quero, de forma alguma, fazer sequer uma pequena apologia de tudo quanto esse GRANDE HOMEM fez, mas evidenciar a sua tão assumida Humanidade, Humildade, Fortaleza, Temperança, Determinação e AMOR, muito AMOR, AMOR a transbordar.
Diante do Beato João Paulo II podemos aplicar aquela célebre frase que identifica todos os grandes homens e mulheres do nosso mundo: “Dai-me HOMENS que vos darei cristãos”.
A caminhada de santidade de João Paulo II foi reconhecida por crentes e não crentes, que vêem nele um HOMEM excepcional, com um imenso amor à vontade de Deus e ao bem-estar dos homens, a quem se entrega sem peso nem medida. As suas acções, exercidas com o mais intenso sentido de bom humor e responsabilidade, marcarão para sempre a história da Igreja e do Mundo.
Que, de olhos postos nos pequenos e grandes gestos de sua vida, cada um de nós tenha a coragem de se assumir tal qual é de modo a lutar contra os defeitos e a desenvolver ao máximo as qualidades, para que o mundo possa ser, na realidade, mais humano e fraterno.
Beato João Paulo II, que tanto te esforçaste pela união e desenvolvimento de todos os povos, religiões e culturas, ora por nós!

Hermínia Nadais
A publicar no "Notícias de Cambra"