
Nas últimas décadas temos assistido e um enorme desenvolvimento a todos os níveis, principalmente na tecnologia da comunicação e meios de transporte que vão acentuando a passos largos, no dia a dia do mundo, a ideia de uma aldeia cada vez mais global e globalizante.
Vivemos num pequeno país da imensa Europa que muitos dizem de valores perdidos, mas em que muitos outros põem toda a confiança de um futuro mais risonho e promissor para todos, pois todos têm o direito ao bem-estar e felicidade.
Como quando há uma tempestade se espera pela bonança… talvez os nossos inúmeros problemas estejam prestes a extinguir-se! Mas não podemos ficar à espera que sejam os outros a resolvê-los. Temos de por e render todas as nossas capacidades, físicas, intelectuais, culturais, morais… colocando-as ao serviço do bem comum… na atenção a dar a nós mesmos e a quem nos rodeia, no trabalho feito com amor, no descanso por necessidade, na solidariedade e partilha a quem precisa de uma palavra, um gesto, um carinho, um sorriso… mas conscientes de que nada disto veste corpos nem enche estômagos famintos… é preciso muito mais… muito mais do que o dinheiro ou bens que os remediados e pobres partilham com muito boa vontade, mas que não chega!
Admiro-me muito quando ouço criticar e prender certo tipo de ladrões… os que se aventuram a actuar nas ruas, nas casas, nos cafés ou até mesmo nas instituições bancárias, e pagam na cadeia e muitas vezes com a vida a malvadez dos seus actos… enquanto os desviadores de tantos milhões que deveriam ser utilizados para o bem-estar de todo o povo português… e chegavam bem para isso… continuam bem vivos e à solta… sem ninguém que os castigue ou lhes diga “basta”!
Conscientes de que o bem e o mal caminham connosco lado a lado, se não lutarmos por praticar o bem o mal toma logo conta das nossas acções e acaba por fazer de nós os maiores egoístas e malfeitores… e a maior parte das vezes cheios de sorrisos, de boas maneiras e falinhas mansas… numa hipocrisia inconcebível!...
É urgente termos o conhecimento exacto da honestidade que devemos ter nos cargos que ocupamos, sejam eles quais forem, onde deverá haver o mesmo peso e a mesma medida para todos os cidadãos, indiferentemente da sua condição social, ideologia, raça, credo ou cor! Todos somos gente, e toda a gente tem responsabilidades no lugar que ocupa na sociedade – pois somos seres sociais que dependemos uns dos outros!
Em vez de evidenciarmos o que vão fazendo de bem falamos mal de tudo: do Governo, das Autarquias, da Segurança Social, dos Tribunais, dos Advogados, dos Médicos, dos Enfermeiros, dos Professores, dos Alunos, dos Funcionários Públicos, dos Bancários, dos Comerciantes, dos Industriais, dos Patrões, dos Empregados… dos bêbados, dos drogados, dos malandros e dos “tarados”… que somos todos nós que passamos a vida a criticar os outros e sem um “espelho” que nos ajude a ver claramente o nosso comportamento real.
O aumento da compreensão, solidariedade e fraternidade humana devia acompanhar o desenvolvimento cultural e tecnológico. No mundo há bens materiais mais que suficientes para que todos vivam sem necessidades, mas enquanto houver, ricos ou pobres, orgulhosos… avarentos… presunçosos… preguiçosos… o mal-estar e a miséria continuarão a existir. E para quê tanta ganância… se nada no mundo é totalmente nosso! Se tivéssemos a coragem de olhar profundamente e “com olhos de ver” o que aconteceu na nossa Ilha da Madeira, no Haiti, e em tantos outros locais arrasados pelos distúrbios da Natureza… saberíamos muito bem como fazer o mundo feliz!
Hermínia Nadais
A Publicar no Notícias de Cambra