sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

As luzes de Natal!...


Este é um tempo de luzes, de todas as cores, tamanhos e feitios! Luzes das que os olhos vêem… mas acima de tudo luzes que iluminam todos os corações, das formas mais diversas, pois ninguém fica indiferente à passagem da quadra de natalícia.
Cada pessoa tem o seu natal, mas o Natal de Jesus Cristo é um Natal tão diferente que mexe com todos nós. E mesmo quem teima em afirmar que não acredita numa vida em Jesus Cristo, ainda assim, na época Natalícia, diferencia, de algum modo, as suas vivências normais.
Como não se sabe ao certo o quando do nascimento de Jesus, o 25 de Dezembro, no solstício de Inverno, foi o dia escolhido para festejar o SEU aniversário devido à importância que tinha para os pagãos pela celebração da festa do deus sol, o Sol que iluminava o mundo e continua a iluminá-lo, agora já não com as atribuições de um deus, mas como obra do verdadeiro Deus que mandou o SEU filho Jesus Cristo ao mundo para mostrar aos homens a luz verdadeira – UMA VIDA PLENA DE AMOR - para que os homens e mulheres possam, a Seu exemplo, viver também em amor.
Num misto de profano e divino, cada pessoa tenta viver a época de Natal como melhor sabe e entende… e de tal modo que até o coração mais duro deixa transparecer caridade.
A época de Natal é aliciante e provocadora: aliciante porque torna as pessoas muito ternas, interessadas, solidárias; provocadora porque nos leva a pensar no verdadeiro porquê de tantos presentes trocados e sorrisos abertos, de tantos acontecimentos maravilhosos pelas consciências tocadas, de tantos corações iluminados, não pelas luzes multicores, mas pela “CHAMA DE AMOR” emanada do Menino de Belém! Menino que não é lendário, existiu! Menino que foi e continua a ser rei, não de povos, mas de corações! Menino que, por mais sépticos e incompreensíveis que os homens sejam, terá o SEU nascimento como um acontecimento real pelos séculos sem fim… não mais como um menino de carne e osso, mas como “vida agraciada” nos corações de todas as pessoas de todas as raças, credos, cores ou ideologias que, das formas mais divergentes, se forem abrindo a uma vida de amor pela prática das regras mais elementares da boa convivência humana e da solidariedade social.
Deus é um Pai tão Amoroso que, mesmo ofendido por desamores, não mete medo a ninguém, porque ama sem peso ou medida e perdoa sem condições. E não admira que o dia escolhido para a festa do aniversário de Jesus tenha coincidido com a data de uma festa pagã, pois ELE nasceu para ensinar a lei do amor a todos os homens, e por isso mesmo, também aos pagãos, pois também eles são obra de Deus e com promessa de verdadeira felicidade.
E quanto a nós, cristãos, por todas as graças recebidas, veremos as nossas más acções muito mais escandalosas diante do mundo e muito mais culpáveis perante Deus.
Então, com todas as nossas fraquezas e limitações, sejamos cristãos autênticos, não só de nome pelo Baptismo mas em espírito e verdade, à boa imitação de Cristo, bem certos da enorme responsabilidade de O mostrar a quem ainda O não conhece, com obras e com palavras, através de uma vida digna e dignificante.
Para todos desejo um Natal cheio de Bênçãos e um próspero 2010!

Hermínia Nadais
A publicar no "Notícias de Cambra"

sábado, 5 de dezembro de 2009

Perdoai... assim como nós perdoamos!...

Há dias, encontrei uma poesia que me mereceu uma atenção muito especial. Dizia que numa velha lenda de cristãos se contava que, quando Jesus morreu crucificado, desceu de imediato ao inferno para de lá libertar os pecadores que ali padeciam tormentos indizíveis. E nessa tarefa, enquanto o diabo chorava amargamente convencido de que a partir daquele momento nunca mais teria ninguém a ir para o inferno, Deus ia-lhe dizendo que não chorasse mais, pois o inferno se encheria de novo, por muitas gerações, até que Ele voltasse... uma vez que teria de mandar-lhe para lá “muita gente convencida da própria santidade, consciente das bondades que pratica e sempre pronta a condenar os pecadores”. Quedei-me por largo tempo... a pensar na terrível verdade... reconhecendo em inúmeras acções humanas, com a mais viva mágoa, a sagacidade com que arranjamos formas de nos esquivarmos a tudo quanto é difícil e de nos escapulirmos de todas as culpas que podermos escurecer no silêncio, na mentira, ou muito simplesmente no chamado “sacudir de capote”, ou seja, no lançar as próprias culpas sobre outras pessoas. Todos estamos sujeitos a cair nas terríveis tentações de supremacia e altivez, mas, pelo menos, deveremos ter o máximo cuidado para ver se não resvalamos tão facilmente por tão asquerosos caminhos. Pelas vezes que inadvertidamente o tivermos feito ou por fraqueza o viermos a fazer, reserva-nos o dever e o direito de nos arrependermos, de pedir desculpas, de emendarmos e alterarmos as nossas atitudes no sentido de podermos começar a agir de acordo com um aperfeiçoamento capaz de nos levar, finalmente, à promoção e gozo de uma verdadeira paz. Na caminhada de cada vida, tal como nas caminhadas que vamos experimentando ao longo da mesma vida, encontramos caminhos largos e de fácil acesso alternados com vielas estreitas e de piso pedregoso e escorregadio. Caberá a cada um de nós descobrir se nos temos situado ou estamos a situar no caminho que deveremos percorrer para alcançarmos o fim desejado. Todos almejamos admirar a beleza da paisagem dos picos mais altos dos terrenos do mundo, mas as suas encostas são tão inclinadas, estreitas, pedregosas, perigosas e custosas de escalar que só os mais fortes e destemidos se aventuram a pegar a mochila, as sandálias e o cajado, para se aventurarem e palmilhar essas íngremes veredas. A escalada de uma vida interior conveniente, também é assim... difícil por demais.
Sem sombras de dúvidas, vivemos, ou temos vivido, numa sociedade de cristãos católicos, pois mesmo os que por qualquer circunstância se dizem agnósticos ou começam a professar uma outra fé, levam consigo, indelevelmente traçadas, se mais não for, as marcas do Santo Baptismo que a quase todos tem sido ministrado aquando crianças. Estes que se vão afastando do catolicismo, causam-nos dor... mas a dor maior vem da observação do comportamento daqueles que continuam a dizer-se católicos, mas cada vez estão mais distantes da verdadeira vivência do autêntico catolicismo. Grande parte deles procura a Igreja somente pela necessidade da prestação de alguns dos seus serviços... dos que vão achando convenientes a uma boa aceitação na sociedade ou que lhes possam dar, de algum modo, a enganosa sensação do dever cumprido e o direito a criticar, a torto e a direito, além dos pastores da Igreja que os serve, aqueles que vão vivendo a fé católica o melhor que podem, errando e reconhecendo e corrigindo os seus erros... comportamentos muito próprios dos seres humanos que são.
Não nos enganemos!... Não há ninguém tão bom que o seja na totalidade... nem ninguém tão mau que se lhe não encontre nada de bom. Aprendamos a ajuizar apenas a nossa realidade sem apontar os defeitos de outrem... a não ser, em casos de extrema necessidade pela defesa da verdade ou para a possível correcção da pessoa ou pessoas em causa. De nada vale o dizer Senhor, Senhor... se não se procurar minimamente fazer a Sua vontade! Por isso... não basta ter a Bíblia exposta ou bem guardada... é preciso estudá-la e meditá-la para se poder viver segundo o seu conteúdo; não basta parecer... é preciso ser; não basta querer... é preciso fazer; não basta rezar orações bonitas... é preciso viver as palavras que se vão pensando ou pronunciando na oração; não basta rezar o Pai nosso... é preciso que o “perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido,” seja proferido com o desejo sincero de perdoar a todo aquele já alguma vez nos ofendeu... para que não estejamos a pedir a Deus a nossa própria condenação.
Nunca nos convençamos de que somos nós os bons e os outros os maus... Ai de nós, se nos julgamos assim tão diferentes!... Não vivamos de ilusões... Os melhores serão sempre os que conseguirem reconhecer em si o maior número de defeitos... uma vez que todo o bem que por ventura seja desenvolvido é um dom gratuito de Deus, e ainda porque, humano... perfeito... não há nenhum. Então, por alguma perfeição dos humanos... mãos à obra!...

Prof. Hermínia Nadais – Publicado no NOtícias de Cambra