
A loucura dos homens, mulheres, crianças, da humanidade inteira, é a busca da felicidade… facto que só é possível no conhecimento da verdadeira razão da nossa existência, do nosso verdadeiro eu, do que queremos, do que temos e do que somos, pelo que a busca da felicidade será sempre inglória se a não procurarmos bem dentro de nós, pois se não brotar do nosso interior nunca poderá existir!
Cada “Ser Humano”, único e irrepetível, um mistério tremendamente complexo para quem com ele convive, é, antes e acima de tudo, um pavoroso e enormíssimo mistério para ele mesmo. Toda a pessoa nasce sem querer… mas a partir do nascimento, impreterivelmente, tem que aprender a viver… ou a sobreviver. E tal como esponja em água, começa por sorver tudo quanto se passe à sua volta: o bom, o razoável, o menos bom, ou mesmo o mau… de modo que, ao entrar na denominada pré-escola, pelo que adquiriu na família ou instituição onde a família a deu a guardar enquanto trabalhava… ou mesmo na casa de acolhimento total – instituição ou família - já leva a sua personalidade praticamente determinada e pronta, sim, mas só para ser aperfeiçoada nas suas mais diversas facetas. Deste modo, a escola não deveria ter nada a ver com educação, mas apenas com instrução, uma vez que a criança já lá chega transportando consigo tudo quanto a sociedade lhe deu até então, o que, salvo raras excepções, vai determinar todo o decorrer da sua vida, independentemente do que a escola lhe possa vir a dar.
É evidente que a escola e a família devem interagir em comum para o bem total do indivíduo, mas sem descarregar uma em cima da outra a sua quota parte no desenvolvimento total e harmonioso desse mesmo indivíduo. Uma vez que escola e família devem ser complementares, não se pode responsabilizar a escola pela educação que a família não dá… nem responsabilizar a família pela parte da socialização e “saber” que competem realmente à escola.
Ao afirmar-se que a felicidade parte de dentro de nós baseamo-nos em todos os princípios orientadores de uma verdadeira preparação humana, no campo dos afectos e da educação/instrução, o que perfaz os bons princípios de vida no reconhecimento e interiorização das boas normas de vivências individuais/sociais e da forma como vão sendo postos em prática todos os conhecimentos interiorizados, pois a felicidade parte sempre do profundo sentimento do dever cumprido, e isso é obra de cada um.
Cada pessoa, ao olhar para si mesma, terá que admitir que a sua felicidade só pode existir quando estiver contente com todas as acções praticadas, pois ainda que o comportamento dos outros para com ela a faça sofrer e chorar, nunca poderá roubar-lhe a sua satisfação interior.
A felicidade é muito exigente com quem a procura, pois o outro ou a outra onde buscamos a felicidade nunca no-la poderão dar se nós mesmos não a tivermos adquirido pelo reconhecimento e aperfeiçoamento de todas as nossas potencialidades e pelo cada vez melhor cumprimento de todos os nossos deveres e luta por quereres que perfazem a nossa realização pessoal.
A procura da felicidade passa pela verdadeira busca de nós mesmos, que é a tarefa mais difícil que se possa imaginar. Falar de felicidade é falar de vida plena, que por mais que nos esforcemos, nunca poderemos conseguir durante a nossa permanência neste maravilhoso planeta. Aqui, teremos apenas alguns momentos dispersos de maior ou menor felicidade… uma força urgente e necessária para podermos continuar a escalar corajosa e positivamente a montanha da vida, com todas as nossas capacidades e limitações, na busca constante de uma felicidade que não tenha mais fim.
PS: Na crónica passada gostei imenso de interpelações a que fui sujeita, ao que, mesmo com todas as minhas limitações de tempo e não só, sempre responderei com todo o prazer. Para as facilitar, o meu endereço: Maria Hermínia Nadais, Santa Cruz – Macieira de Cambra, 3730-309 Vale de Cambra
Telefones: 256402286; 917798785; 96382679
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Há coisas que contamos ao amigo(a), mas não expomos à multidão. Se comentarem no blogue de forma anónima estarão certos de que a resposta será realmente imparcial, uma vez que eu nunca saberei a quem estou a responder. Da discussão nasce a luz! Por tudo quanto fizerem, um muito obrigada!
Hermínia Nadais
A publicar no "Notícias de Cambra"