
Na vida tudo se movimenta em todos os segundos que passam! Nós somos o que vemos em nós… mas somos também tudo o que ainda não conseguimos ver; somos o que sentimos…mas acima de tudo o que ainda não sabemos sequer que iremos sentir. Quando quisermos olhar-nos, é assim que teremos de nos ver. De contrário, não se justificaria o dizermos que a vida é uma caminhada. A vida só será realmente uma caminhada se tirarmos sempre a maior aprendizagem de todos os momentos do dia a dia, sejam eles como forem, bons ou menos bons… para podermos crescer com as nossas próprias experiências.
É habitual inquietarmo-nos quando algo de muito aborrecido nos acontece, e com certa frequência entramos em situações de desânimo ou mesmo de desespero, o que é um grande mal. A felicidade possível a cada um de nós nunca vem do exterior. Ainda que causada por acontecimentos exteriores, virá sempre bem de dentro de nós mesmos... que só seremos felizes se nos determinarmos a ser felizes… e se nos determinarmos a ser felizes, nada nem ninguém nos poderá causar infelicidade. Poderão, sim, abalar um pouco o nosso comportamento, fazendo-nos sofrer, sem sombra de dúvida, mas quando sofremos conscientes de termos dado à vida, a nós mesmos e aos irmãos, o nosso melhor, o sofrimento será sempre feliz porque advindo da paz profunda proveniente do dever cumprido.
Temos a graça de sermos todos diferentes com a enorme bênção de termos todos ambições e direitos iguais. Nas mesmas situações, agiremos todos de formas diferentes conforme o saber, pensar e sentir de cada um no momento presente, mas o direito e a meta de cada um será sempre a mesma: procurar ser feliz. Não tenhamos ilusões… cada um de nós procura, avidamente, ser feliz. Na nossa diferença, a meta comum é a felicidade. Muitas vezes esquecemos que a nossa maior ou menor felicidade depende sempre da maior ou menor realização pessoal… que a nossa realização pessoal estará sempre directamente relacionada com o nosso desenvolvimento… que o nosso desenvolvimento deriva do nosso crescimento constante a todos os níveis, níveis pessoais e colectivos, pois como seres sociais por excelência temos de estar sempre em relação com as pessoas com quem convivemos. E muito embora conscientes de que a suprema perfeição não existe no ser humano deste mundo, temos de estar convictos de que todo o ser humano deste mundo deve caminhar para a máxima perfeição de que for capaz. Neste contexto, quando alguém nos disser que está muito bem o que fazemos… não é para estacionarmos ali… mas para pisarmos o mesmo trilho no maior aperfeiçoamento das nossas actividades.
Para que o bom não seja inimigo do óptimo… é urgente que, mesmo depois de fazemos tudo mais ou menos perfeito continuemos a aperfeiçoar-nos para chegarmos a ser óptimos, de verdade. O maior inimigo da nossa perfeição e felicidade será sempre quem nos afasta de trabalharmos sempre mais e melhor… até ao último instante da nossa vida!...
Conscientes de que parar é morrer… conservemo-nos vivos… na busca da maior perfeição humana… o verdadeiro caminho da felicidade!
Hermínia Nadais
A Publicar no "Notícias de Cambra"