
Estamos num ano de eleições... numa época dita de democracia... num país dito democrático!
Todos os políticos se dizem democratas; alguns cidadãos e cidadãs vociferam contra a crise de bolsos recheados sem saber que fazer à massa; muitíssimos contam tostões para comprar o mínimo indispensável sem aumentar as dívidas no final do mês (de boquinha bem fechada pela vergonha das suas verdadeiras necessidades); a maior parte da população brinca aos papagaios... reclama contra tudo e contra todos por tudo e por nada!... Situações normalíssimas numa sociedade normal. Contudo, podemos enumerar algumas atitudes adequadas e pertinentes.
Falar de democracia prevê políticos eleitos pela livre vontade do povo para defender os legítimos interesses dos eleitores - povo. Enquanto os cidadãos e cidadãs que querem ser eleitos se esfalfam a aprimorar a apresentação dos seus partidos e a mostrar as suas maiores virtudes nas suas mais maravilhosas qualidades de liderança, os eleitores não podem de forma alguma continuar a manter-se passivos à espera que os seus interesses apareçam resolvidos! Será muito mais lógico que todos se inteirem convenientemente das verdadeiras normas por que se regem os diversos partidos e prestem a maior atenção à idoneidade das pessoas que os representam como forma de averiguar a possibilidade de uma verdadeira eficácia no cumprimento dos princípios inerentes a cada um; que com perspicácia e dignidade cada cidadão ou cidadã pense no que mais interessa à prosperidade e conforto de toda a sua comunidade envolvente; que quando já consciente das suas convicções partilhe as suas opiniões com as pessoas ou grupos do seu relacionamento habitual no sentido de consolidar mais eficazmente a escolha a apresentar no “sagrado” momento de voto, pois não devemos votar de um modo qualquer, mas com consciência, liberdade e responsabilidade.
Os que procuram ser eleitos, com o desenvolvimento informático a minar cada vez de forma mais perfeita acelerada e eficaz tudo quanto se diz ou faz, se faz sem dizer ou se diz e fica por fazer, têm que ser pessoas realmente honestas e capazes, sem nada que lhes acuse a consciência, pois de contrário terão a sua missão cada vez mais complicada, e poderão até vir a ficar com as finanças remediadas mas com as caras tão envergonhadas que eu não lhes queria estar na pele!... Pessoalmente louvo a coragem de quem consegue sujeitar-se a assumir uma candidatura com todas as suas implicações, e no meio de tudo o que há por aí, menos bom e melhor, penso muito na grandeza de toda esta gente.
Há comportamentos capazes de afligir qualquer cidadão: o silêncio sepulcral e avassalador de uma boa tomada de posição e a crítica exagerada das situações erradas.
A opinião pública acaba por influenciar positiva ou negativamente. E se em vez de rebaixar e desmotivar pelo que está realmente mal descobríssemos formas possíveis de incentivar e apoiar o que consideramos certo?!... Criticar... é mais fácil! Mas para atenuar situações erradas nada melhor do que louvar boas atitude e lembrar soluções práticas propícias e viáveis, pois tratando-se do bem-estar social ninguém deve pensar em guardar “louros” para si próprio mas em proporcionar o bem comum.
Façamos o que devemos fazer... para mais tarde não nos virmos a arrepender!...
Hermínia Nadais
A publicar no “Notícias de Cambra”