segunda-feira, 27 de outubro de 2008

UM BOM AMIGO É UM TESOURO

"Um bom amigo é um tesouro!" Esta afirmação de alguém, é uma das mais belas frases que devemos ter presente para encontrar uma boa norma de vida. Uma amizade profunda e verdadeira é imprescindível para que cada ser tenha uma vida plenamente feliz e, consequentemente, plenamente realizada.
E, se "um bom amigo é um tesouro", quem não quererá ser, realmente, esse tesouro?!... Com certeza que todos nós.
Quando se fala de "tesouro" fala-se de um símbolo de riqueza; todavia, temos de lembrar que há diferentes maneiras de viver na riqueza.
A riqueza exterior pode ser muito grande, mas é exterior. Pertence a quem a tem e por vezes extravasa; mas, além de poder estar muito distante da felicidade, acaba com o tempo... e muitas vezes mais depressa do que o que se pensa!... A riqueza da amizade, não! Essa é muito especial, perdura para todo o sempre, eleva-nos até às alturas!... Se o bom amigo é o que está presente nas horas boas e más, o que aplaude quando se faz algo bem feito, o que censura humanamente quando se erra, o que ajuda a evitar esse erro, que quereremos de melhor na vida do que ter um amigo assim?!... No entanto... que direito temos a exigir amigos com todas estas qualidades, coerentes e verdadeiros, se não sabemos ou não queremos ser amigos assim?!... É caso para se pensar séria e friamente antes de tomar qualquer decisão, face aos que consideramos "maus amigos" encontrados na vida. Em vez de nos queixarmos de que temos "maus amigos", não seria mais lógico questionarmo-nos de "que tipo de amigos somos nós?" É muito fácil vermos os defeitos dos outros quando eles nos tocam, fraca ou fortemente; mas é difícil ver, admitir e corrigir os nossos próprios defeitos. Então, falamos em ter "maus amigos" ou "bons amigos", mas não falamos de nós.
Vamos pensar um pouco nestas realidades... e olhar, bem no fundo, dentro de nós próprios.
A época é propícia à reflexão! Saibamos aproveitá-la e fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para termos, de facto, os atributos que desejamos encontrar nas pessoas que nos rodeiam, sejam elas mais ou menos amigas, não importa। "Nunca faças aos outros o que não queres que os outros te façam!" Esta frase tão conhecida, é uma afirmação muito correcta, maravilhosa, que implica muita compreensão, muito amor, muito carinho, muita dedicação. Vamos tentar pô-la em prática, ainda que seja em coisas pequeninas. E não esqueçamos que é na perfeição das mais pequenas acções que se pode observar a grandeza de cada ser humano. Aproveitando capazmente a aprendizagem constante da escola da vida, esforcemo-nos sempre por sermos cada vez melhores, para que toda a Humanidade o seja também.

Hermínia Nadais
Publicado no Notícias de Cambra

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

AMIGOS... SEMPRE, E CADA VEZ MAIS!

Penso ser pertinente continuar a falar deste tema inesgotável. Nesta época, mais do que nunca, a palavra "amigos" deve estar presente no nosso quotidiano, em toda a nossa vida e, mais do que tudo, bem no fundo do nosso coração.
Acabaram-se as folias das Férias. Entramos em mais uma caminhada para a verdadeira vida de trabalho e canseiras. É um ano muito especial, Ano Santo de graças e bênção, pois faz 2000 anos que S. Paulo nasceu, facto importantíssimo que este "Ano Jubilar" que se vive nos vai recordando dia após dia.
Se na nossa condição "Humana e Cristã" devemos ter presente, ininterruptamente, "O Grande Amigo" que S. Paulo pregou e vem pregando... agora, mais do que nunca!... Ele é um Amigo, que nunca falha!... Mesmo quando nos dá a sensação de ausência nos momentos difíceis, na hora exacta, quem estiver atento, sente profundamente a carícia da sua bondosa e afável ajuda. E porque não, seguindo o Seu exemplo, continuarmos a aprender a sermos amigos de verdade?
A escola da vida ensina-nos que o tempo passa veloz. E só o hoje, o agora, nos pertence!... Para qualquer coisa, como já referi anteriormente, "amanhã poderá ser tarde"! É caso para pensarmos em lançar mão, de imediato, às ocasiões que se nos apresentem e experimentar a alegria de uma mudança radical de vida, se tal for necessário.
Para quê tantas incompreensões, tantas chatices, tantos ódios... tantas divergências? Não podemos continuar a sentir mágoa para com quem não pensa como nós! Teremos, sim, de averiguar a razão das diferenças, tentar colocar-nos no lado oposto para analisar e interiorizar a situação friamente, e assim podermos ver qual será o lado certo... e se será, de facto, o nosso lado. A falta de conhecimento de causa e de humildade para aceitarmos as opiniões recebidas, leva-nos a que fiquemos sentidos e criemos um mau ambiente familiar, de trabalho, ou mesmo de âmbito mais social.
A vida é, toda ela, feita de pequenos nadas; e são todos esses pequenos nadas, bem aproveitados, que dão grande valor à vida. Saibamos viver plenamente os bons ou maus momentos, e tirar deles as ilações necessárias para nos tornamos cada vez melhores, mais dignos, mais humanos e, consequentemente, mais amigos!...

Hermínia Nadais
Extraído de uma crónica publicada no Notícias de Cambra

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

AMANHÃ PODERÁ SER TARDE!

Voltando ao assunto do tema anterior em que falávamos de "amigos", foi com esta frase que o terminamos.
"Amanhã poderá ser tarde"! Sim, poderá ser tarde para muita coisa. Há um ditado popular que diz: "Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje". A Escola da vida diz-nos isto mesmo. Tantas vezes fazemos planos maravilhosos, e acabamos por não ter tempo para eles... É porque em alguns casos deixámo-nos levar pelo ditado oposto: "O que não se faz no dia de Santa Luzia, faz-se ao outro dia"!... Mas, este, nem sempre resulta.
Em matéria de amigos, de amizades, não há mesmo tempo a perder.
Todos nós, sem excepção, temos muito para fazer. Uns mais que outros, entenda-se, e pelas razões mais variadas.
Como seres sociais que somos, é um absurdo pensarmos algum dia viver isolados. Necessitamos de alguém que nos rodeie. Precisamos de sentir por perto alguma compreensão, algum carinho, algum calor humano... Eu digo "algum", para não dizer "muito", pois quanto mais rodeados estivermos destes bens essenciais a qualquer ser vivo, melhor. "Qualquer ser vivo..." sim, porque até os animais, pelos comportamentos apresentados por grande parte deles, gostam, sentem necessidade de outros animais para lhes fazer companhia. E mesmo as plantas... conheço muitas sementes que não nascem nem produzem fruto algum se estiverem sós. Se começasse a dar exemplos, era um nunca mais acabar.
Assim sendo, como é possível ouvir-se dizer: "Sozinho, ou sozinha... é que estou bem"!... É uma verdade, que temos necessidade de estar sós inúmeras vezes, mas um pouco, um pouco só... para pormos os pensamentos em ordem, para pensarmos no que deveremos fazer na própria vida, para nos concentrarmos melhor em algo que queiramos fazer. Mas, por incrível que pareça, mesmo nos momentos em que estamos sós, por nosso gosto e prazer, estamos sós só corporalmente. Reflectindo um pouco sobre esses pouquinhos de vida, verificamos que, mesmo neles, temos presentes os exemplos, os gestos, a voz, as palavras das pessoas queridas. Elas servem-nos de alento e são, muitas vezes, a base das nossas reflexões e da nossa mudança de vida.
Ao falar de "pessoas queridas" dá a impressão que estou a excluir aquelas que não vão muito com as nossas ideias e até nos magoam e contrariam, mas não. As pessoas são sempre queridas, podem crer. Ao pararmos para pensar, todas as atitudes que nos rodeiam servem para tema de reflexão. É natural e humano que se sinta um prazer muito maior ao lembrar aqueles que nos são muito queridos, que comungam das nossas ideias e nos servem sempre de alento e conforto. Mas, as pessoas que nos contrariam, temos de reconhecer que nem sempre estão erradas! Temos de tentar compreender as suas razões e não ver só mal no seu comportamento. Lembremo-nos de que o nosso amigo nem sempre é o que está só do nosso lado, mas sim aquele que nos leva a ver as coisas como são, mesmo que isso custe a aceitar. E se for o caso da pessoa que nos magoa ser mesmo maldosa, porque não tentar recuperá-la, desculpá-la, e arranjar maneiras de lhe mostrar que não tem razão?... Se somos seres sociais, porque não tentamos dialogar, aceitar, respeitar, mostrar as nossas convicções e arranjar formas de inverter as opiniões dos outros quando estamos certos do seu erro?
Se assim fizéssemos, como tudo seria diferente!...
Falar de amizade... de amigos, é bom, mas é tema difícil de esgotar.

Hermínia Nadais
Publicado no Notícias de Cambra

sábado, 11 de outubro de 2008

SEJAMOS FELIZES!...

Quando somos jovens deixamo-nos embarcar no querer do coração e depois o remédio é ir encontrando no dia a dia as melhores formas de convivência.
Meu cara metade satisfaz-se a correr mundo... eu prefiro a pacatez da vida quotidiana junto da família e amigos. Não há remédio senão contornar a situação: ele fica e ficamos os dois... eu vou e vamos os dois... ou ele vai sozinho passear e eu fico em casa.
Assim, tem feito algumas viagens turísticas combinadas entre nós... e outras que inventa sozinho com os amigos e depois me dá a saber, a última das quais três semanas a Moçambique e África do Sul com um amigo.
Perante esta... não consegui conter-me e mostrei o meu desagrado.
Como era de prever... disse que não queria deixar o amigo sozinho, razão porque não desistia da viagem. No entanto, para mim, o renunciar à viagem estava fora de hipótese. Se quer ir, vai... e o melhor é fazermos poucos telefonemas porque temos tempo de falar depois.
Não há dúvida que a única forma de se conseguir alguma felicidade é procurar ser feliz sozinha... e foi assim que eu fiquei feliz sozinha porque para mim ele também ia feliz sozinho.
Os dias foram rodando com uma mensagem de vez em quando. Entretanto... estará bem... não estará... fazia isto... dizia aquilo... tenho que ir aqui... ali... acolá...
Nesta amálgama de pensamentos saem uns poemas que lhe são dedicados.
Ele chegou! Eu estava à espera!
A princípio olhamo-nos sem dizer palavra! E o inesperado aconteceu.
Afinal, na ausência, descobrimos mais pormenorizadamente as qualidades um do outro, e de tal modo que a partilha não se fez esperar.
Nunca pensei, nesta altura da minha vida, dizer o que disse nem ouvir o que ouvi!!!... Parecíamos dois jovens! E concluímos os dois que todos os casais deviam ter um tempo, assim, longe um do outro, para terem possibilidade de se encontrarem, depois, muito mais realmente!...
Não tenhamos ilusões! Quando estamos bem próximos, normalmente, temos aptidão para ver mais os defeitos; mas na ausência as qualidades ressaltam mais vivas ao nosso pensamento e nós conseguimos ver o que doutra forma nunca enxergaríamos.
Quantas críticas ele já recebeu por andar sozinho... e quantos e quantas me recriminaram por não o acompanhar. Não critico ninguém, pois cada um tem a sua razão.
Quero que estas minhas letras soem bem pertinho dos vossos ouvidos de modo que ninguém mais oiça... assim como um... segredinho mágico!
O verdadeiro amor não pode prender ninguém... pois nunca ninguém é feliz à custa dos sacrifícios de outra pessoa. Quando dizemos que amamos alguém... só amamos a sério se procuramos com todas as nossas forças dar à pessoa amada toda a felicidade possível, nos pequenos ou grandes gestos da vida.
Sejamos felizes... hoje... amanhã pode ser tarde!...

Hermínia Nadais
A publicar no Notícias de Cambra

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

SERÁ QUE TEMOS AMIGOS?!...

Quando chegará a hora em que as pessoas, ao contrário de se magoarem umas às outras, começarão a ser, de todo, compreensivas e tolerantes?!...
Não sei, e penso que nunca poderei saber. Melhor: Será que algum dia isso irá acontecer? Temo bem que não.
Neste mundo de incertezas, o relacionamento inter-pessoal é cada vez mais complexo. O desenvolvimento económico não foi acompanhado pelo desenvolvimento socio-cultural e há muita falta de verdade na vida que levamos.
Por mais que se fale em que cada um deve ser quem é, e como é, em grande parte dos casos, a realidade é bem outra. Cada um procura mostrar uma boa imagem exterior de si mesmo. E, o seu cunho pessoal... ninguém o sabe. E só no decorrer de uma longa amizade poderá ser descoberto, se o chegar a ser.
E o que será possuir uma boa amizade? Será ter uma pessoa que louva e está ao nosso lado em tudo o que fazemos? Claro que não! Mas também não é uma pessoa que nos contraria constantemente, a toda a hora. É sim, aquele ou aquela que se esforça por conhecer-nos tal qual somos, que nos aceita e entende, que sabe a opinião a emitir em qualquer dos nossos actos e tem coragem de nos dizer o que pensa a nosso respeito.
"Um bom amigo é um tesouro!" - disse alguém!... Afirmação mais correcta, não conheço.
Mas... como quereremos ter amigos se talvez, quem sabe, não o saberemos ser?
Neste tempo que deverá ser de mudança para melhores atitudes a todos os níveis, questionemo-nos: - Será que temos amigos? Será que somos amigos?
Se os não temos e se os não somos, algo está errado। Há que remediar... aprendamos, enquanto é tempo. Não esqueçamos que "amanhã" poderá ser tarde.

Hermínia Nadais
Publicada no Notícias de Cambra

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

ETERNAMENTE INSEPARÁVEIS

"Se a sociedade vive em constante mutação, é lógico que a escola, parte integrante da mesma, não possa permanecer sempre igual. Ela tem que evoluir, tem que acompanhar o progresso". Estas são afirmações constantes e realistas que se escutam no dia a dia, principalmente entre as pessoas mais cultas.
Agora, vejamos: A que se deve tanta evolução social? A que se deve o progresso? Donde saem tantos cientistas que, com as suas descobertas, nos tornam a vida cada vez mais cómoda e interessante?
Cada dia que passa se torna mais evidente que "cada um de nós" é um "eterno estudante" e um "eterno professor". Ser "professor" de profissão, não tem nada a ver com este ser "eterno professor"; ser "estudante" que estuda, não tem nada a ver com este ser "eterno estudante". É que o desenvolvimento integral de cada ser depende da sua aprendizagem durante a vida escolar fundida com a aprendizagem pessoal realizada através de toda a sua existência.
Nada melhor para realçar esta realidade como lembrar aqui o velho ditado popular: "O homem nasce a aprender e morre sem saber". Esta é a mais pura verdade.
A referida citação diz: "nasce a aprender"; eu, com tudo o que a vida me ensinou, diria: "aparece a aprender". E isto, porque, interligando a luz da ciência com a nossa experiência, verificamos que o bebé, quando nasce, já traz conhecimentos consigo.
Não vou repetir o que disse anteriormente. Quero fazer, sim, a distinção entre as duas formas de ser professor e as duas formas de ser aluno que, ao fim e ao cabo, estão directamente relacionadas.
Vejamos: O professor profissional, conforme o grau de ensino onde exerce funções ou a especialidade da sua formatura e grau académico, ajuda os cidadãos na concretização das suas aprendizagens específicas, cada um dentro do ramo de ensino onde se prepara para a vida; o estudante é o que, ali, aprende.
O eterno professor é todo aquele que, ao longo da vida, e de qualquer jeito, ajuda a aprender. Por incrível que pareça, um bêbado a cair na rua, leva-nos a aprender que não devemos abusar das bebidas alcoólicas; um amigo que nos falou mal humorado, leva-nos a aprender a ser carinhosos com todos; um bebé que tem uma determinada reacção menos boa, leva a aprender a evitar que tal aconteça; e por aí adiante, era um nunca mais acabar...
O eterno aluno é o que, antes e depois dos bancos da Escola, aproveita todas as ocasiões para interiorizar cada vez mais e melhores aprendizagens.
Neste campo integram-se todas as pessoas possíveis: o bebé que inicia a vida; o lavrador que desenvolve as técnicas agrícolas; o professor que aperfeiçoa os processos de ensino/aprendizagem; qualquer cientista, que vai até aos pormenores de qualquer estudo e experiência que deseje fazer; e, mais... não será necessário mencionar.
Posto isto, que resposta poderemos dar às questões iniciais?
A evolução e o progresso da ciência devem-se, na realidade à Escola. É nela que se faz uma aprendizagem sistemática e orientada, desde a entrada para a pré; faz-se a iniciação e aprendizagem das técnicas de leitura, escrita e cálculo; iniciam-se os estudos mais especializados para a vida, conforme os gostos, apetências e possibilidades de cada um. Mas, esses estudos têm que continuar em constante actualização depois de conseguidos os cursos, é um facto evidente.
Assim o homem é "eterno estudante" e "eterno professor", na medida em que fornece e aproveita, constantemente, as situações de ensino/aprendizagem que são proporcionadas pela vida da escola e pela escola da vida, eternamente inseparáveis।

Hermínia Nadais
Publicada no “Notícias de Cambra”