
E, se "um bom amigo é um tesouro", quem não quererá ser, realmente, esse tesouro?!... Com certeza que todos nós.
Quando se fala de "tesouro" fala-se de um símbolo de riqueza; todavia, temos de lembrar que há diferentes maneiras de viver na riqueza.
A riqueza exterior pode ser muito grande, mas é exterior. Pertence a quem a tem e por vezes extravasa; mas, além de poder estar muito distante da felicidade, acaba com o tempo... e muitas vezes mais depressa do que o que se pensa!... A riqueza da amizade, não! Essa é muito especial, perdura para todo o sempre, eleva-nos até às alturas!... Se o bom amigo é o que está presente nas horas boas e más, o que aplaude quando se faz algo bem feito, o que censura humanamente quando se erra, o que ajuda a evitar esse erro, que quereremos de melhor na vida do que ter um amigo assim?!... No entanto... que direito temos a exigir amigos com todas estas qualidades, coerentes e verdadeiros, se não sabemos ou não queremos ser amigos assim?!... É caso para se pensar séria e friamente antes de tomar qualquer decisão, face aos que consideramos "maus amigos" encontrados na vida. Em vez de nos queixarmos de que temos "maus amigos", não seria mais lógico questionarmo-nos de "que tipo de amigos somos nós?" É muito fácil vermos os defeitos dos outros quando eles nos tocam, fraca ou fortemente; mas é difícil ver, admitir e corrigir os nossos próprios defeitos. Então, falamos em ter "maus amigos" ou "bons amigos", mas não falamos de nós.
Vamos pensar um pouco nestas realidades... e olhar, bem no fundo, dentro de nós próprios.
A época é propícia à reflexão! Saibamos aproveitá-la e fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para termos, de facto, os atributos que desejamos encontrar nas pessoas que nos rodeiam, sejam elas mais ou menos amigas, não importa। "Nunca faças aos outros o que não queres que os outros te façam!" Esta frase tão conhecida, é uma afirmação muito correcta, maravilhosa, que implica muita compreensão, muito amor, muito carinho, muita dedicação. Vamos tentar pô-la em prática, ainda que seja em coisas pequeninas. E não esqueçamos que é na perfeição das mais pequenas acções que se pode observar a grandeza de cada ser humano. Aproveitando capazmente a aprendizagem constante da escola da vida, esforcemo-nos sempre por sermos cada vez melhores, para que toda a Humanidade o seja também.
Hermínia Nadais
Publicado no Notícias de Cambra